Energia elétrica: Com as chuvas recentes, como estão os reservatórios das usinas?

O início do período de chuvas no Brasil trouxe uma pequena melhora para o cenário hídrico do país. Porém, de acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), serão necessários três anos para que os reservatórios obtenham novamente os níveis considerados ideias de armazenamento. 

Mesmo com essa estimativa, o órgão prevê que até abril de 2022, em uma expectativa otimista, o nível dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por quase 70% da geração de energia do país, dobre.

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Este cenário otimista se confirmará caso as boas expectativas de chuva durante o período mais úmido que vai de outubro a março, se tornem realidade. A ONS ressalta, porém, que ainda é necessário atenção e que as projeções podem mudar de acordo com o índice de chuvas para os próximos meses.

Luiz Barata, ex-diretor do ONS por oito anos e integrante do Instituto Clima e Sociedade (ICS), disse que o órgão não opera com o que classificou como nível-meta, porém, disse que é possível determinar um parâmetro de recomposição voltado, em especial, no nível do subsistema Sudeste/Centro-Oeste.

“O ONS pode considerar o nível dos reservatórios de maneira isolada, mas pode também considerar o de todos os reservatórios. Eu estabeleceria uma meta de 80% para os reservatórios do Sudeste. Esse seria um bom valor. Mas o mais relevante não é o nível em que se deve chegar, mas como ele deve ser alcançado”, disse Barata.

Neste momento, o armazenamento está em 18,81% da capacidade no subsistema. O especialista explica que além das chuvas, é preciso determinar uma estratégia para que este nível seja batido, a partir de outra fonte energética. O ONS vem usando as usinas termelétricas, de preferência as movidas a gás, para esta finalidade.

“A recomposição dos reservatórios em outubro e novembro foi excepcional, não há garantia nenhuma que teremos um verão generoso, como foi a primavera. Se usarmos térmicas, teremos dois problemas: elas contribuem para a emissão de gases do efeito estufa e proporcionam uma conta que não teremos condições de pagar, com a alta dos custos e da tarifa. É algo que tem que ser planejado para, no futuro, ser produzido por energias renováveis”, concluiu.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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