Furo do teto de gastos: por que o mercado reage mal a este tema?

Atualmente, o Senado vem analisando a Proposta de Emenda à constituição (PEC) dos Precatórios. O texto prevê que o governo fure o teto de gastos, além de dar um calote nas dívidas judiciais da União em 2022. Entenda por que o mercado reage mal ao tema do furo do teto de gastos.

Furo do teto de gastos: por que o mercado reage mal a este tema?
Furo do teto de gastos: por que o mercado reage mal a este tema? (Imagem: Montagem/FDR)

O teto de gastos representa o limite de despesas para o governo. Para que o governo consiga aumentar os gastos públicos no ano que vem, há a proposta de alterar a fórmula desse teto.

A PEC dos Precatórios tem sido vista como uma alternativa para o financiamento do programa Auxílio Brasil. Como forma de obter a verba necessária, a proposta sugere que o governo atrase o pagamento de algumas das dívidas judiciais.

Diante disso, o mercado financeiro tem visto de forma negativa o possível rompimento do teto de gastos.

Na última quinta-feira (18), a Bolsa de Valores brasileira registrou a pior marca em mais de um ano. O Ibovespa teve queda de 0,51%, a pior pontuação desde 6 de novembro do ano passado. Por outro lado, o dólar teve alta de 0,77% — o quarto aumento consecutivo.

Por que o mercado reage mal ao tema de furo do teto de gastos

Do modo geral, o teto de gastos é um tema que causa preocupação entre os investidores. À Veja, o analista André Perfeito, economista da Necton Investimentos, alega que “toda forma de burlar o teto de gastos é extremamente mal vista pelo mercado”.

Segundo ele, a dívida do governo precisa ser paga. Os analistas consultados pela Veja alegam que a temática pode impactar os juros e o apetite do estrangeiro. Não há porque investir em um país que não honra suas contas.

O CIO da Legends Investimentos, Rodrigo Santin, alega que o Brasil depende do investidor externo — especialmente na infraestrutura. Essa pessoa de fora necessita de segurança de que não receberá um calote do país.

Ao UOL, o analista da Levante Ideias de Investimentos, Felipe Bevilacqua, argumenta que o objetivo de elevar o valor do Auxílio Brasil é de interesse parte considerável da classe política nacional, “que tem uma inclinação ao populismo fiscal.

Desse modo, ele afirma que o mercado já passa a se preparar para a aprovação da PEC — que pode ser percebido nos ativos de renda variável e renda fixa.

Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.