Vendas da Black Friday terão queda significativa após cinco anos funcionando

Em decorrência da inflação em alta, pela primeira vez em cinco anos, as vendas na Black Friday no Brasil devem cair na edição de 2021. É o que projeta a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A projeção informa que a data de descontos deve movimentar um montante de R$3,93 bilhões neste ano. Este é o maior patamar nominal de vendas desde 2010 (sem considerar a inflação), quando a data entrou no calendário do varejo brasileiro.

Porém, por conta do aumento nos preços a coisa muda. Em termos reais, descontando a inflação, o volume esperado para este ano representa uma diminuição de 6,5% em comparação com 2020, registrando a primeira queda desde 2016. 

“O ritmo atual da inflação anualizada —em +10,67%, segundo o IPCA acumulado nos 12 meses encerrados em outubro— se constitui em um obstáculo à expansão do volume de vendas, mesmo em um contexto de aceleração do consumo digital após a pandemia de Covid-19”, disse a CNC.

A entidade acredita que os preços altos devem afetar os descontos mais chamativos, um dos destaques de todas as edições da Black Friday. Neste ano, a Black Friday acontece no próximo dia 26.

“A CNC coletou diariamente mais de 2.000 preços de itens agrupados em 34 linhas de produtos ao longo dos últimos 40 dias, encerrados em 16 de novembro. Destes, 26% revelaram tendências de redução de preços no período –percentual que contrasta com os 46% observados às vésperas da Black Friday de 2020, quando a taxa de inflação era de menos da metade da atual (+3,9%)”, disse a entidade.

A Black Friday é a quinta data mais importante para o varejo brasileiro, perdendo somente para Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.

Os segmentos de móveis e eletrodomésticos e de eletroeletrônicos e utilidades domésticas, devem ficar responsáveis por mais de 50% da movimentação financeira prevista, diz a CNC.

Outros destaques devem ficar com os setores de hipermercados e supermercados e de vestuário, calçados e acessórios.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.