Fundos multimercados ainda são uma boa opção para investimento?

Um dos destaques no mundo dos investimentos nos últimos anos foram os fundos multimercados. Este tipo de investimento que permite alocar os recursos em um pouco de tudo, indo de títulos públicos a ações e moedas estrangeiras, começaram a ser indicados para quase todo os perfis de investidores.

Por conta da taxa Selic em propensão de queda e da necessidade de levar dinheiro para a renda variável, os multimercados eram os queridinhos dos gestores e analistas que os tinham como uma opção intermediária entre a renda fixa e a bolsa de valores.

Porém, com as quedas vertiginosas provocadas pelo inicio da pandemia do coronavírus nos mercados, este investimento ganhou uma função adicional de proteção. Uma vez que eles podem se valer dos recursos que ganham tanto em momentos de alta como de baixa dos mercados.

Porém uma coisa mudou. No mês de setembro, momento em que a indústria de fundos como um todo recebeu R$ 29,3 bilhões em novos investimentos, em especial, os multimercados, registraram um resgate líquido de R$ 11,5 bilhões, segundo os últimos dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Lorena Laudares, cientista política que integra o time de estratégia da corretora Órama, disse que o movimento é influenciado fortemente pela Selic, que se encontra agora em tendência de forte alta e em breve deve retornar para cima dos 10%.

“O brasileiro tradicionalmente gosta da renda fixa e, agora, já vê um título prefixado com vencimento para um ano pagando 12%. É bastante retorno para a renda fixa, então os fundos multimercados acabam perdendo atratividade”, disse.

Ainda vale a pena investir em fundos multimercados?

Os especialistas avaliam que os multimercados ainda são bons para a diversificação e proteção da carteira de investimentos e sendo assim, eles devem continuar merecendo a atenção.

As carteiras dos clientes da BNP Paribas Asset Management, foram rebalanceadas para trazer um risco menor, porém, em meio a este processo, os multimercados ganharam mais importância.

“Para refletir a piora do mercado, reduzimos a exposição à renda variável nos últimos quatro meses, mas preservamos a parcela dos fundos multimercados”, disse Tiago Cesar, gestor da casa.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.