Governantes querem mais auxílio emergencial após impacto de R$ 7 bi no comércio

O auxílio emergencial foi responsável por injetar cerca de R$ 7 bilhões no comércio nacional. O montante se refere exclusivamente ao pagamento de compras no formato digital, através da conta poupança social digital gerenciada pelo aplicativo Caixa Tem. 

Governantes querem mais auxílio emergencial após impacto de R$ 7 bi no comércio
Governantes querem mais auxílio emergencial após impacto de R$ 7 bi no comércio. (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)

O saldo do auxílio emergencial foi aplicado tanto em estabelecimentos físicos quanto virtuais, recorrendo ao pagamento pela leitura do QR Code e do cartão de débito virtual, ambos serviços disponibilizados pelo Caixa Tem.

Os dados foram apurados pela Caixa Econômica Federal (CEF) e consistem na movimentação feita até o dia 8 de novembro. 

Porém, diante do término do auxílio emergencial, a expectativa quanto ao impacto no comércio foi transferida para o Auxílio Brasil, programa social que irá substituir o tradicional e extinto Bolsa Família a partir de amanhã, 17.

Vale mencionar que em um único dia, mais precisamente no dia 14 de junho, o auxílio emergencial injetou R$ 16,2 milhões diretamente no comércio brasileiro. 

Conforme mencionado, os meios de pagamento frequentemente utilizados foram a leitura do QR Code por meio das máquinas de cartão magnético se tratando de transações físicas e o cartão de débito virtual na circunstância de movimentações pela internet. Os usos mais comuns foram para o pagamento de contas de luz, água e telefone. 

Na oportunidade, o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Fábio Pina, ressaltou que em 2021 o auxílio emergencial obteve um investimento superior à margem de R$ 50 bilhões.

“Se esse valor fosse retirado integralmente do varejo, a expectativa de crescimento das vendas nesse período cairia dos atuais 8% a 10%, para algo como 6% a 8%”, explicou. 

Ele ainda destacou que este impacto foi essencial para impulsionar as vendas no decorrer do ano, que ainda sofreu com os efeitos da pandemia da Covid-19 no cenário econômico.

Do contrário, a projeção para o ano seria ainda menor. O benefício emergencial equivale de 20% a 30% de todo o crescimento do varejo, estimado em R$ 200 bilhões em 2021, segundo a instituição. 

Em 2021, o auxílio emergencial pagou sete parcelas com valores variáveis entre R$ 150, R$ 250 e R$ 375. A quantia mínima foi direcionada aos cidadãos que vivem sozinhos. O valor médio foi direcionado aos representantes de grupos familiares. Enquanto isso, a cota máxima foi de direito das mães solteiras chefes de famílias monoparentais. 

Agora, uma parte desses beneficiários, os 14,6 milhões que integravam o Bolsa Família, começarão a receber R$ 217,18 provenientes do Auxílio Brasil a partir de amanhã, 17.

Se tudo ocorrer conforme as expectativas do Governo Federal quanto à PEC dos Precatórios, a parcela será elevada para R$ 400 e o número de beneficiários para 17 milhões a partir de dezembro.

Prorrogação do auxílio emergencial

Devido a demora na aprovação da PEC dos Precatórios, a base de aliados do governo federal tem defendido a prorrogação do auxílio. 

Além desse ponto, os que são favoráveis ao governo têm se mostrado preocupados com o fato de que pelo menos 22 milhões de pessoas que hoje compõem o auxílio emergencial ficarão sem nenhum tipo de ajuda com o auxílio Brasil. Logo, essa deve ser uma imagem negativa ao governo Bolsonaro.

Por conta disso, admite-se que não está totalmente descartado o retorno e/ou continuação do pagamento do auxílio dentro das condições atuais.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.