Nesta segunda-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a Petrobras. Para ele, a alta no valor dos combustíveis a culpa é da política de preços internacional da estatal. A declaração foi feita em entrevista à rádio Jovem Pan do Paraná.
Segundo Bolsonaro, o Brasil é autossuficiente em petróleo e, por isso, “não justifica isso aí”. Para ele, “não podemos ficar escravizados aos preços lá de fora”. Essa declaração se refere ao alinhamento dos reajustes de valores no Brasil à variação do petróleo no mercado internacional.
No entendimento do presidente, a Petrobras existe apenas para os seus acionistas — e o melhor que poderia realizar pelo social seria diminuir os preços.
Bolsonaro declara que “a Petrobras já fala em novo reajuste”. Diante deste cenário, ele apontar que vem aumentando a tendência de movimentos de paralisação dos caminhoneiros. Caso essas greves aconteçam, o presidente lamenta “porque todo mundo perde com isso”.
“Vamos reclamar de quem realmente é responsável por isso. A Petrobras é a responsável”, declara Bolsonaro. Ele informa que a estatal tem lucros “astronômicos” nos últimos anos.
Além disso, o presidente informa que “não pode ter um monopólio estatal que prejudica o povo como um todo”.
Bolsonaro nega responsabilidade pelo valor dos combustíveis
Nesta segunda-feira (8), na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro voltou a afirmar que o governo não possui culpa pela elevação dos combustíveis.
Aos apoiadores, ele disse que, além da Petrobras, a culpa também é dos governadores — se referindo ao imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS). Este imposto estadual incide sobre o combustível.
Diante das acusações constantes do presidente, os governadores já haviam divulgado nota sobre o tema. Eles declaram que isso se trata de um “problema nacional”.
No mês passado, a Câmara aprovou um projeto que define um preço fixo para cobrança de ICMS sobre os combustíveis. O texto ainda depende de análise pelo Senado.
De acordo com a Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), a gasolina aumentou 73,4% neste ano nas refinarias. O diesel, por sua vez, acumula alta de 65,3%.