Dieese alerta: pequenas empresas podem falir com fim do auxílio emergencial

O último depósito do auxílio emergencial foi feito pela Caixa Econômica Federal (CEF) no dia 31 de outubro. Durante esses sete meses nos quais o programa vigorou em 2021, cerca de 39 milhões de brasileiros foram amparados financeiramente. 

Dieese alerta: pequenas empresas podem falir com fim do auxílio emergencial
Dieese alerta: pequenas empresas podem falir com fim do auxílio emergencial. (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)

Neste período, o auxílio emergencial atendeu os beneficiários do Bolsa Família, cidadãos de baixa renda inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal, desempregados, trabalhadores informais e Microempreendedores Individuais (MEI).

Contudo, tendo em vista que somente os beneficiários do Bolsa Família terão suas vagas garantidas no substituto, o Auxílio Brasil, mais de 22 milhões de brasileiros ficarão desamparados. 

As consequências do fim do auxílio emergencial vão muito além dos próprios ex-beneficiários. Pois, com a falta dessa renda, as pequenas empresas e comerciantes também sentirão os impactos.

Isso porque, durante todo este tempo em que o programa se manteve ativo, os cidadãos de baixa renda usaram esse dinheiro para auxiliar na movimentação financeira e econômica do comércio local.

No entendimento do diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Junior, o auxílio emergencial e seus beneficiários são primordiais para manter a economia nos eixos da maneira possível.

Segundo ele, “quem recebe o benefício não deposita em paraíso fiscal, ele gasta no armazém e no posto da esquina”, declarou.

Ele ainda ressalta que o primeiro impacto é diretamente na renda, com a tendência de agravar a linha de pobreza e a fome. Posteriormente, a economia local será reduzida através dos impasses financeiros nas pequenas empresas, pois as pessoas mais pobres não têm o costume de comprar em shopping center. 

Embora as lojas não fechem exclusivamente pelo fim do auxílio emergencial, este é sim um fator que pode evidenciar ainda mais os problemas financeiros dos pequenos negócios que terão dificuldades em manter as portas abertas.

O sociólogo acredita que o Governo Federal está um tanto quanto equivocado na decisão de suspender a transferência de renda, tendo em vista que nenhum ponto referente ao Auxílio Brasil foi devidamente regulamentado para garantir o início dos pagamentos ainda este mês conforme prometido. 

A crença de que a economia está se recuperando é uma farsa, pois pesquisas recentes apontam que o índice de desemprego já atingiu o patamar de 13,2% recentemente. Junto a isso, teve a desvalorização do salário mínimo com a alta da inflação. 

“Os auxílios funcionam assim, ele dá um ‘start’ econômico, quando ele vai diminuindo, vai fazendo a economia toda parar”, concluiu Fausto.

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Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.