Nesta quarta (27), o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que a Petrobras só lhe dá “dor de cabeça” e que a empresa só presta serviços “para acionistas”. Ele falou ainda sobre a possibilidade de privatizar a estatal. Diante da possível venda da empresa, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) comunicou que entrará em greve caso o projeto prossiga.
O presidente deu esta declaração durante sua participação na Jovem Pan News quando falava a respeito de alternativas para diminuir o preço dos combustíveis.
“Eu posso interferir na Petrobras? Eu vou responder a processo. O presidente da Petrobras vai acabar sendo preso. É uma estatal, que, com todo respeito, só me dá dor de cabeça. Nós vamos partir para a maneira de nós quebrarmos mais monopólio. Quem sabe até botar no radar da privatização.”
A possível privatização fez com que o conselho da FUP aprovasse a chamada “agenda de resistência” ao processo de desestatização e anunciou que irá promover assembleias nos próximos dias para discutir o assunto.
“É um alerta. Se o governo tiver a audácia de apresentar esse projeto, faremos greve, possivelmente a maior greve da história da categoria petroleira”, disse Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, ao site Poder360.
Deyvid disse, ainda, que a privatização irá favorecer somente os investidores de fora do país e os acionistas da Petrobras. “Ao invés de privatizar, o governo deveria fazer a empresa cumprir o seu papel social”, disse.
Ainda na entrevista, o presidente Bolsonaro minimizou a produção recorde de barris da Petrobras.
“Outro dia um assessor chegou para mim e falou: “Olha, a Petrobras acabou de bater recorde na produção de barris por dia, 3 milhões e poucos de barris por dia”. Daí eu falei: ‘E qual a consequência disso? É uma empresa que hoje em dia está prestando serviço para acionistas, e mais ninguém. A chance de vocês perderem algo na Petrobras é zero”, afirmou.
Por fim, ele disse que quem compra ações da estatal nunca perde. “Você compra ação de qualquer empresa, você pode perder. A Petrobras você não perde nunca. Ou seja, essa empresa é nossa ou é de alguns privilegiados?”