IPCA: entenda como o principal índice de inflação do país afeta seu bolso

Pontos-chave
  • O IBGE calcula o IPCA mensalmente;
  • A estimativa considera alguns grupos de gastos feitos pelos brasileiros;
  • A inflação causa a perda de valor do dinheiro.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerado o índice oficial da inflação. Sendo assim, o IPCA indica a variação dos preços de um conjunto de serviços e produtos para o consumidor final. Entenda como o principal índice de inflação do país afeta seu bolso.

IPCA: entenda como o principal índice de inflação do país afeta seu bolso
IPCA: entenda como o principal índice de inflação do país afeta seu bolso (Imagem: Montagem/FDR)

Mensalmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mede o IPCA. Este índice estima a variação dos preços de produtos e serviços vendidos no varejo — que são consumidos pelas famílias do país.

Na média, este índice aponta se os preços tiveram alta, queda ou estabilidade de um mês para outro. Para a composição do IPCA, são pesquisados um conjunto de grupos de gastos:

  • Alimentação e bebidas (como frutas e carnes)
  • Habitação (como gás encanado e energia elétrica)
  • Artigos de residência (como eletrodomésticos e mobiliário)
  • Vestuário (como roupas e calçados)
  • Transportes (como combustíveis e transporte público)
  • Saúde e cuidados pessoais (como serviços médicos e produtos farmacêuticos)
  • Despesas pessoais (como lazer e serviços pessoais)
  • Educação (como leitura e cursos regulares)
  • Comunicação (como internet e telefonia celular)

O levantamento tem como base 15 capitais brasileiras e o Distrito Federal. O cálculo considera as famílias com renda de um a 40 salários mínimos.
Mesmo que o IPCA não seja calculado em todo o Brasil, ele possui abrangência nacional. Sendo assim, o índice tem validade para todas as cidades e regiões.

Alguns motivos que fazem o IPCA variar

Existem alguns fatores que afetam a inflação. Geralmente, os índices de preços se ajustam de acordo com a oferta e demanda por produtos e serviços. Quando existe uma demanda, de certo produto, acima da capacidade de fornecimento, o preço tende a aumentar.

Por outro lado, se o consumo apresenta queda, os valores tendem a permanecer estagnados ou em diminuição.

Neste cenário, as safras podem impactar os preços, por exemplo. Caso a safra seja farta, o produtor tem a possibilidade de vender o respectivo alimento por um preço menor.

Em outro cenário, se a lavoura registrar perdas — por conta do clima, por exemplo — o valor tende a subir. Isto ocorre porque serão comercializados menos produtos para o mesmo grupo de pessoas.

O dólar também impacta o preço de diversos produtos. Isto acontece porque diversos itens consumidos pelos brasileiros são importados — e pagos pelos distribuidores nacionais na moeda norte-americana. Ou seja, se o dólar estiver mais caro, o valor destes produtos tende a aumentar.

Outro fator é a cadeia de venda do item. Se o comerciante ou produtor percebe uma alta no preço — entre as etapas de produção, transporte e vendas — para algum produto chegar ao consumidor, existe a tendência de repassar estes valores ao cliente final.

O dólar é um dos fatores que podem impactar a inflação
O dólar é um dos fatores que podem impactar a inflação (Imagem: Montagem/FDR)

Como o IPCA afeta o seu bolso?

De forma prática, a inflação resulta em perda de valor do dinheiro, pois não acompanha os aumentos nos preços. No caso de alguém que recebe o mesmo valor por certo período — e o valor dos itens segue aumentando —, esta pessoa tem a possibilidade de comprar cada vez menos produtos.

Em um cenário de inflação muito alta, os preços ficam distorcidos. Com isso, a população passa a ter mais dificuldade para acompanhar se os itens estão baratos ou caros. Como consequência deste caso, o dinheiro perde o valor rapidamente.

O IPCA também influencia a taxa Selic. Por meio deste índice, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central determina se aumentará ou diminuirá essa taxa básica de juros.

Como forma de conter a inflação, o governo tende a aumentar a Selic. Neste cenário de alta, o crédito se torna mais caro às pessoas — de modo a diminuir o consumo, para que o comércio reduza os preços.

Em outro caso, em que a inflação está controlada, o Copom pode diminuir a Selic para estimular o crescimento econômico do Brasil.

Além disso, o IPCA também funciona como base para alguns investimentos que seguem a inflação. Sendo assim, dependendo dos resultados da inflação, as aplicações podem ter mais ou menos rendimentos.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.