- Salário mínimo ganha nova previsão em 2021;
- Governo anuncia que não irá ter aumento significativo no próximo ano;
- Cesta básica ganha reajuste de mais de 10%.
Uma nova previsão do salário mínimo é disponibilizada. Com a chegada do fim do ano, a população fica aguardando o reajuste no piso nacional. De acordo com o Ministério da Economia, deverá haver um aumento de R$ 1.100 para R$ 1.192. Ainda assim, o valor não é suficiente considerando o atual cenário de inflação.
Sustentar uma casa será ainda mais difícil no Brasil de 2022. De acordo com as previsões do próprio ministério da economia o salário mínimo ficará em R$ 1.192.
O valor é quase cinco vezes menor que o suficiente para bancar uma família de quatro pessoas, levando em conta as atuais tarifas da cesta básica.
Previsão do salário mínimo de 2022
Segundo a equipe econômica, é possível que haja um “aumento” de R$ 92. A quantia, no entanto, não irá levar em consideração a atual inflação, contabilizando apenas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, que atualmente é de aproximadamente 8%.
O principal motivo para não garantir uma vida mais digna a população é que o aumento do piso nacional resulta também na ampliação na folha orçamentária da união. É por meio do salário mínimo que o governo determina os repasses dos benefícios vinculados ao INSS e aos direitos trabalhistas.
Isso implica dizer que a cada R$ 1 acrescentado para o brasileiro, a União passa a ter uma nova despesa de bilhões. Ou seja, aumentar o piso nacional significa aumentar as despesas do governo feral.
Desde o início da gestão de Jair Bolsonaro, o salário mínimo não teve um aumento real. Apesar de pagar mais R$ 92 por cidadão, o valor é inferior as taxações em produtos e serviços.
Atualmente, a cesta básica, por exemplo, chega a custar até R$ 1 mil, o que significa o comprometimento da renda total do cidadão.
Cesta básica mais cara e salário menor
Enquanto a renda não é aumentada, o cidadão permanece pagamento mais caro na hora de fazer feira. Somente em 2021 a cesta básica teve uma alta de cerca de R$ 10, afirmou o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, em entrevista à CNN neste sábado (23).
Ele explicou que o aumento no preço dos produtos se dá mediante o atual clima de instabilidade política e leva em consideração ainda os impactos da pandemia do novo coronavírus. Além da cesta básica, o brasileiro paga mais caro pela energia e pela gasolina, entre outras taxações.
“A inflação de alimentos em 12 meses está em 14,6%, e 16% em itens da cesta básica, e provavelmente vai desacelerar para próximo de 10% no fim do ano, o que é muito alto”, disse Romão.
“Esse alívio pensando em preço de commodities vai acontecer mais evidentemente só no ano que vem. No cenário doméstico, tem a questão do câmbio. Essa depreciação média de 30% ano passado não tem ajudado agora também”, avaliou.
“Neste momento, com o real valendo pouco, isso acaba ampliando nossas exportações e reduzindo a oferta doméstica. Para piorar, os combustíveis não vão poder dar um alívio”, concluiu.
Lista do preço das cestas básicas por estado
De acordo com o balanço de setembro, a região onde tem sido mais caro abastecer a dispensa é em São Paulo. Já o local mais barato e com o menor aumento é em Aracaju. Confira:
- São Paulo: 673,45;
- Porto Alegre: 672,39;
- Florianópolis: 662,85;
- Rio de Janeiro: 643,06;
- Vitória: 633,03:
- Campo Grande: 630,83;
- Brasília: 617,65;
- Curitiba: 610,85;
- Belo Horizonte: 582,61:
- Goiânia: 574,08:
- Fortaleza: 552,09:
- Belém: 532,56:
- Natal: 493,29:
- Recife: 489,4;
- Salvador: 478,86;
- João Pessoa: 476,63;
- Aracaju: 454,03.
Os atuais produtos mais caros são: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes (tomate), pão francês, café em pó, frutas (banana), açúcar, banha/óleo e manteiga.
Posicionamento do governo federal
Ciente de que o salário mínimo proposto não é o suficiente no atual cenário de inflação, o governo federal permanece sem se posicionar sobre o assunto. Para o ministro da economia, Paulo Guedes, os preços mais altos fazem parte do processo de desenvolvimento financeiro do país.
Na contrapartida, o Brasil voltou ao mapa da fome e teve as taxas de pobreza e extrema pobreza ampliadas em comparação com os anos anteriores.