Por que Bolsonaro culpa a campanha “fique em casa” nos prejuízos econômicos?

O presidente Jair Bolsonaro voltou a culpar a campanha “fique em casa” pelos prejuízos econômicos causados pela pandemia da Covid-19. A declaração do chefe do Executivo ocorreu em meio à alta da inflação junto às estimativas nada animadoras para a retomada econômica em 2022. 

A campanha “fique em casa” foi criada em meados de março de 2020, logo que a pandemia da Covid-19 chegou ao Brasil. A adesão ao movimento aconteceu em meio ao medo do desconhecido, tendo em vista que na falta da vacina na época, o único meio de enfrentamento viável encontrado foi o distanciamento e isolamento social. 

Na ocasião, comércios, indústrias, e tantos outros estabelecimentos empresariais foram forçados a fecharem as portas e se adequarem a um novo modelo de trabalho para dar continuidade aos trabalhos.

Os únicos estabelecimentos que não foram obrigados a fechar tratam-se daqueles que prestam serviços essenciais como supermercados, farmácias, açougues, padarias, clínicas, etc. 

A favor da classe empresarial desde a campanha eleitoral, Bolsonaro foi contra esta atitude desde o princípio. Para ele, o que é visto pelas autoridades e a população como medidas preventivas, não passa de um atraso na economia do país. Agora, ele voltou a reforçar que a economia brasileira é uma das cinco que menos sofreram os efeitos causados pela pandemia. 

Bolsonaro acredita veemente que o desempenho econômico é reflexo do trabalho do atual governo. Na oportunidade, ele lembra que o Brasil tem enfrentado uma das maiores crises hídricas da história, além da forte geada que atingiu o país e causou problemas em milhares de plantações.

Ele reconhece esse e tantos outros problemas, mas insiste que o Brasil é um dos cinco países que menos sofreram economicamente em virtude da pandemia. 

Neste sentido, é importante observar que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já chegou a 6,9% no acumulado do ano. Nos últimos 12 meses, a taxa teve um salto de 9,68% para 10,25% em setembro.

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentam que este é o maior patamar desde fevereiro de 2016, quando foi registrado o percentual de 10,36%.

Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, oito registraram alta. O maior impacto foi no setor de Habitação como uma alta de 1,56% ao mês, enquanto a energia elétrica contribuiu com 6,47%. Veja o resultado de cada grupo pesquisado a seguir:

  • Alimentação e bebidas (+1,02%);
  • Habitação (2,56%);
  • Artigos de residência (+0,9%);
  • Vestuário (+0,31%);
  • Transportes (+1,82%);
  • Saúde e cuidados pessoais (+0,39%);
  • Despesas pessoais (+0,56%);
  • Educação (+0,28%);
  • Comunicação (+0,23%).

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.