O uso de máscara facial de proteção pode deixar de ser obrigatório em breve. Após sugestão feita pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que sempre se posicionou contra as medidas de prevenção e enfrentamento à Covid-19, as prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro cogitam retirar esta exigência.
Mas as capitais não são pioneiras nessa atitude, pois a cidade de Duque de Caxias (RJ) já se adiantou ao abolir a obrigatoriedade sobre o uso de máscara, tanto em ambientes fechados quanto abertos.
No entanto, a decisão tem gerado polêmica, pois especialistas questionam sobre a segurança desta atitude no momento.
Isso porque, embora a campanha de vacinação contra a Covid-19 tenha avançado ao imunizar completamente cerca de 96 milhões de brasileiros, os registros de contaminações continuam acontecendo, bem como a rejeição pela vacina por muitas pessoas. São justamente essas que colocam o restante da população em risco, sobretudo se deixarem de fazer o uso da máscara.
Especialistas que têm acompanhado de perto todos os desdobramentos da pandemia desde o seu início em meados de março de 2020, ponderam que o uso de máscara deve continuar sendo exigido em ambientes fechados. Possibilitando a liberação somente em espaços abertos e arejados.
Foi reforçado que a pandemia ainda não foi controlada ao ponto de combater as mortes pelo vírus, e que o uso de máscara é um dos meios mais simples, eficazes e baratos de se proteger contra o vírus.
Especialistas ainda lembraram sobre a pressa dos Estados Unidos da América (EUA), em abolir o uso de máscara para aqueles que tomaram as duas doses da vacina. A atitude resultou no salto de registros de Covid-19 causando arrependimento no governo norte-americano.
Em entrevista ao G1, o doutor em engenharia biomédica, Vitor Mori, disse que não é um absurdo debater a flexibilização do uso de máscara em locais abertos. No entanto, ele reforça sobre a necessidade de deixar bem explicado que esta liberação seria apenas em locais bem ventilados e arejados.
Já no entendimento da epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin, Denise Garret, nem todo espaço aberto tem as mesmas condições de ventilação garantindo a segurança das pessoas.
“Se eu saio para andar, por exemplo, no centro de São Paulo, ou se eu vou passear na Rua 25 de março, onde há várias pessoas, a máscara pode ser, sim, necessária”, ponderou.
As opiniões são diversas, todas elas possuem prós e contras que devem ser analisados com cautela pelos governos antes de tomar qualquer decisão precipitada que poderá ser capaz de agravar o cenário da pandemia.