Valor do botijão de gás de cozinha chega a 10% do salário mínimo em 16 estados

O gás de cozinha, item essencial no dia a dia das das famílias já está consumindo o equivalente a 10% do salário mínimo em 16 estados brasileiros. Confira a situação de alguns consumidores e o que dizem os especialistas.

Valor do botijão de gás de cozinha chega a 10% do salário mínimo em 16 estados
Valor do botijão de gás de cozinha chega a 10% do salário mínimo em 16 estados (Imagem: Diário do Nordeste)

A dona de casa Ana Maria, cuida dos três netos sozinha. Ela perdeu a filha em 2020 e vive apenas com R$250 reais dados através do programa social do governo do Distrito Federal. Em sua cidade, o botijão de gás está custando R$90.

“Esse gás que eu estou usando eu ganhei ele através de uma associação que me deu um vale de R$ 35 e eu inteirei o restante do dinheiro para eu poder comprar o gás”, disse Ana em entrevista ao G1.

O preço nas alturas vem afastando os clientes de alguns pontos de venda. Em deles localizado em Ceilândia, cidade mais habitada do Distrito Federal, eram vendidos, no início de 2021, cerca de 80 botijões por dia.

Já nas duas últimas semanas, segundo os comerciantes, as vendas caíram e agora só saem, cerca de 15 botijões por dia.

Segundo Mauro Rochlin, professor de economia da Fundação Getúlio Vargas, o preço do botijão é decorrente de quatro fatores básicos: o preço internacional do petróleo, a cotação do dólar, os impostos e o lucro dos revendedores e distribuidores. Ele disse que o maior culpado pelos aumentos é a disparada do petróleo e do dólar.

“Se a gente olhar o comportamento de dólar e preço de petróleo, a gente vai ver que num espaço de 18 meses subiu mais que 60%, os dois preços combinados. E isso tem impacto, então, no preço do petróleo, em reais, e, portanto, no preço final do botijão de gás”, disse em entrevista reportada no Jornal Nacional (Globo).

De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo), o maior preço do botijão foi encontrado no Mato Grosso. Somente em Sergipe, o preço máximo não ultrapassou os R$100.

Com este aumento, a maior parte das marmitas vendidas pelo aposentado Lucas Thadeu, são preparadas no fogão à lenha. 

“A gente usava dois botijões de gás por mês, e agora a gente está usando um só”, conta o aposentado.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.