Horário de Verão poderia salvar Brasil da crise hídrica? Ministro responde!

Pontos-chave
  • Horário de verão não volta, diz ministro de Minas e Energia;
  • Estudo mostrava que economia decorrente da medida era pequena;
  • Jair Bolsonaro revogou o Horário de Verão em 2019.

Mesmo com os pedidos de empresários brasileiros ao presidente Jair Bolsonaro para que o Horário de Verão seja aplicado novamente, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, demonstrou nesta quinta, 30, que isto não acontecerá.

Horário de verão poderia salvar Brasil da crise hídrica? Ministro responde!
Horário de verão poderia salvar Brasil da crise hídrica? Ministro responde! (Imagem: iGUi Ecologia)

“O ministério fala pelo lado da economia de energia e o horário de verão não se faz necessário no que diz respeito a economia de energia”, afirmou Bento em sua participação na inauguração de uma usina termelétrica no Porto de Açu, região norte do estado do Rio de Janeiro.

Bento disse que a volta do horário de verão não ajudaria na crise hídrica que o Brasil está atravessando neste momento. “O horário de verão não foi renovado em 2019 e permanece da forma como está”, disse.

Outro lado da história

No momento em que o governo Bolsonaro tomou a decisão de extinguir o horário de verão, no primeiro ano de mandato, um estudo realizado pelo Ministério mostrou que a economia causada pela medida não era expressiva e que o calor intenso no final da tarde causava um pico de consumo com ar-condicionado.

Porém, mesmo com esses dados, alguns especialistas e empresários dizem que mesmo com uma economia pouco representativa, a medida pode ajudar a atenuar os impactos e os custos decorrentes da crise hídrica.

A coordenadora de eficiência energética do ICS (Instituto Clima e Sociedade) Kamyla Kigali, disse que o instituto enviou um estudo no último dia 13 para o gabinete do Ministro Bento Albuquerque.

O texto revelava que o horário de verão poderia diminuir a demanda de energia entre 2% e 3% nos horários de pico, o que reduziria e muito o risco de apagões. Porém, nunca obteve resposta. 

“A gente tem visto uma crise nunca antes vista. É um resultado pequeno? É. Mas, no que estamos vivendo hoje, isso é economia. O governo não adota mais por teimosia, para não dar o braço a torcer. Mas não dá para ignorar“, disse.

Também é sugerido pelo projeto algumas reformulações de políticas, o que inclui os programas de eficiência energética, como o Procel.

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Horário de Verão (Imagem: Stas Knop/Pexels)

Horário de Verão

Jair Bolsonaro revogou o Horário de Verão em 2019, medida que passou a vigorar no Brasil em 1931 na era Getúlio Vargas. E durante todo o tempo que esteve em vigor foi utilizado como uma maneira de economizar energia elétrica.

A medida atingia 10 estados brasileiros e o Distrito Federal, que deveriam adiantar uma hora em seus relógios. Ao fazer isso, o sol permanecia presente até mais tarde reduzindo o consumo de energia elétrica nos horários de pico. Mas essa medida é realmente eficiente?.

Ao posicionarmos as horas do dia de forma diferente, podemos garantir que a luz do sol seja melhor aproveitada e que o consumo de energia com iluminação artificial caia de maneira considerável. Entre os anos de 2014 e 2015, a diminuição trouxe uma economia de R$ 278 milhões para os cofres públicos.

O Horário de Verão é uma medida aplicada em vários países pelo mundo e é mais eficaz em regiões localizadas distantes da linha do Equador. Este era a razão que fazia com que a medida só fosse adotada nos estados mais ao sul do Brasil.

A medida acontece no verão, pois é a época do ano que possui a maior incidência de sol.

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Se considerarmos apenas a economia nas nossas contas de energia, a redução de valor não era muito grande. Porém, os benefícios da medida vão além da questão financeira e se revela importante para a questão ambiental.

A adoção de medidas como esta traz uma diminuição no consumo de água dos reservatórios das hidrelétricas de cerca de 0,4%, reduzindo as chances do sistema de abastecimento elétrico entrar em crise.

A medida também é responsável por evitar a sobrecarga no sistema elétrico entre as 18h e 21h, reduzindo em 4,5% a demanda durante esse período.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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