Bolsa Família maior! Por que Guedes defende o reajuste no programa?

Pontos-chave
  • O ministro Paulo Guedes defende o aumento do Bolsa Família;
  • Hoje o valor do benefício é de, em média, R$190;
  • O valor deve ser de R$ 300.

Na quarta-feira (15) o ministro da Economia, Paulo Guedes defendeu o aumento “necessário” para o programa Bolsa Família, que garante assistência às famílias de baixa renda. Apesar disso, o ministro afirmou que o reajuste dever ser “modesto e moderado”, na faixa dos R$ 300, e não acima de R$ 600 ou R$ 700, “como querem fazer”.

Bolsa Família maior! Por que Guedes defende o reajuste no programa?
Bolsa Família maior! Por que Guedes defende o reajuste no programa? (Imagem: No Detalhe)

O Ministro disse ainda que um reajuste muito grande poderia “ser lido como populismo” e acrescentou que “ímpetos eleitorais” que interferiram no orçamento no passado acabaram mal. “Não queremos que isso se repita”, afirmou. 

Além disso, defendeu o teto de gastos, mas disse também que “devemos à população brasileira” um programa social “um pouco mais robusto”.

Bolsa Família

Atualmente, o valor máximo do Bolsa Família é de R$ 190. O governo está em busca de espaço no orçamento do ano que vem para realizar um reajuste no benefício, que deve ter o seu nome mudado para Auxílio Brasil.

Uma das fontes de recurso proposto pela economia é o parcelamento no pagamento, previsto no orçamento do ano que vem, de R$ 89,1 bilhões em precatórios – dívidas do poder público decorrentes de sentenças judiciais inapeláveis.

Qual o objetivo da criação do Novo Bolsa Família?

O Novo Bolsa Família é a expansão do programa desenvolvido em 2003 pelo ex-presidente Lula (PT). Com o intuito de desvincular da gestão petista, que vai concorrer à eleição de 2022, o atual governo também irá renomear para Auxílio Brasil.

Bolsa Família maior! Por que Guedes defende o reajuste no programa?
Bolsa Família maior! Por que Guedes defende o reajuste no programa? (Imagem: Exame)

O que irá mudar?

O objetivo do presidente Bolsonaro e de sua equipe é aumentar o número de beneficiários e o valor médio de pagamento, sendo que atualmente é de R$192.

O chefe do executivo já disse que o novo programa seria de R$300. Para isso, serão criados novos benefícios:

  • Benefício Primeira Infância: voltado às famílias com crianças entre zero e 36 meses incompletos;
  • Benefício Composição Familiar: direcionado às famílias com jovens até 21 anos;
  • Benefício de Superação da Extrema Pobreza: complemento financeiro destinado às famílias que recebem benefícios, mas que mesmo assim, a renda familiar per capita não supera a linha de pobreza extrema;
  • Bolsa de Iniciação Científica Junior: 12 parcelas mensais pagas a estudantes beneficiários do Auxílio Brasil que apresentem bom desempenho em competições acadêmicas e científicas;
  • Auxílio Criança Cidadã: benefício pago aos chefes de família que consigam emprego e não encontram vagas em creches para deixar os filhos de 0 a 48 meses;
  • Auxílio Inclusão Produtiva Rural: pago por até 36 meses aos agricultores familiares cadastrados no CadÚnico (Cadastro Único);
  • Auxílio Inclusão Produtiva Urbana: para beneficiários do Auxílio Brasil que comprovem que possuem emprego com carteira assinada;
  • Benefício Compensatório de Transição: pago aos atuais beneficiários do Bolsa Família que perderem parte do valor recebido devido às mudanças trazidas pelo novo programa;
  • Auxílio Esporte Escolar: destinado a estudantes entre 12 e 17 anos que sejam membros de famílias beneficiárias e que se destacarem nos Jogos Escolares Brasileiros.

Problemas fiscais podem interferir no valor que será pago 

Após ter anunciado isso, passou a dizer que o pagamento terá uma média de 50% a mais que o valor pago atualmente. Técnicos da equipe econômica disseram que deve ficar entre R$280 e R$290.

Além disso, com os problemas fiscais, o programa pode ser lançado sem ampliação do número de famílias e da média de pagamento.

Esse plano leva em consideração que o orçamento do Bolsa Família para o próximo ano permaneça em R$34,8 bilhões. Diante desse fator, o governo procura alternativas para conseguir recursos para bancar as novas despesas.

Uma das sugestões apresentadas ao Congresso Nacional, através de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para o parcelamento de precatórios. Para aprovação é preciso ter dois terços do Congresso.

Quando o Auxílio Brasil irá começar?

A previsão é que o Auxílio Brasil comece no mês de novembro, depois do fim das parcelas do Auxílio emergencial 2021 previsto para o mês de outubro.

A fim de ampliar o número de pessoas contempladas, o objetivo é aumentar a faixa mínima de entrada de R$89 para R$100.

Como realizar a inscrição no Cadúnico?

Os beneficiários precisam realizar seu cadastro por meio do aplicativo Meu CadÚnico ou presencialmente em um dos centros de assistência social.

O responsável pelo cadastro de sua família, deve possuir mais de 18 anos e ter em mãos os seguintes documentos:

  • Certidão de Nascimento;
  • Certidão de Casamento;
  • CPF;
  • RG;
  • Carteira de Trabalho;
  • Título de Eleitor;
  • Registro Administrativo de Nascimento Indígena (Rani).

A inscrição não dá garantia de entrada imediata no programa, assim como já ocorria com o Bolsa Família. 

Primeiro, será realizada uma triagem pelo governo para determinar quais serão os contemplados.

O Auxílio Brasil também tem o intuito de promover o desenvolvimento infantil e juvenil por intermédio de apoio financeiro a gestantes, nutrizes, crianças e adolescentes. 

Quem poderá receber o benefício?

O programa será voltado a:

  • Famílias em condição de extrema pobreza (renda mensal de até R$ 89 por pessoa, segundo o padrão atual do governo)
  • Famílias em condição de pobreza (renda mensal entre R$ 89 e R$ 178 por pessoa, segundo o padrão atual do governo) com gestantes ou pessoas com idade até 21 anos