O brasileiro vem sofrendo com a alta generalizada de preços na economia. Seja a alta dos alimentos, dos combustíveis, entre outros, a realidade é que está cada vez mais difícil dar conta dos preços elevados, pois os salários não acompanham a inflação. A maior seca dos últimos 91 anos é a grande razão desta situação caótica.
A escassez de chuvas que atinge o campo do Centro-Sul desde o ano passado, já causou a diminuição na produção de várias culturas como café, laranja, cana, milho, feijão, carne bovina, e muito mais.
Se a queda na oferta já não fosse o bastante, o nível baixo dos reservatórios das hidrelétricas levou o governo a acionar as termelétricas, que geram uma energia mais cara. O que levou a um aumento nas contas de luz e nas produções de fazendas, indústrias e comércios.
“Os custos com energia elétrica vão ficar pressionados por um bom tempo, afetando, principalmente a agroindústria, que consome mais energia do que os produtores. Naturalmente, isso vai aparecer no preço final dos produtos”, disse Felippe Serigati, professor da Escola de Economia de São Paulo, da FGV.
O retorno das chuvas agora em setembro deve ajudar as culturas plantadas, como a soja, neste momento. Porém, o nível de precipitação ainda é baixo para encher reservatórios, o que gera incertezas para as lavouras que são dependentes de irrigação, como as hortaliças, arroz e feijão.
Carne
O setor também é dependente das chuvas para que a qualidade das pastagens que alimentam o gado seja garantida.
“A base da alimentação é pasto. Se não chove, eu tenho menos produção de pasto, menos boi gordo para o abate e o preço sobe”, explicou Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador da equipe de pecuária do Cepea.
O consumidor brasileiro vem enfrentando a alta no preço da carne em decorrência deste cenário já a algum tempo, porém, Carvalho diz que isto não deve melhorar.
“Nós já tivemos uma redução da oferta por causa da falta de chuvas desde outubro do ano passado. O primeiro impacto foi a diminuição do boi de pasto. O segundo é o retardamento da engorda dos bezerros que estão desmamando agora”, disse.