A prometida greve dos caminhoneiros começou, e já foi responsável por paralisar cerca de 15 rodovias que passam por 16 estados brasileiros. A ação teve início nesta quarta-feira, 8, e consiste em um ato informal, sem o apoio, até mesmo, de entidades da categoria.
A greve dos caminhoneiros está vinculada politicamente ao governo e ao agronegócio. De acordo com informações repassadas pelo boletim do Ministério da Infraestrutura, às 17h30 de ontem, a concentração da greve foi identificada, principalmente, em oito estados, conforme apurado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Tudo começou com as manifestações que ocorreram no 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, em evento convocado pelo presidente Jair Bolsonaro.
A situação se agravou na noite de ontem, quando o quilômetro 148 da rodovia Anhanguera foi bloqueado em Limeira (SP), sentido capital paulista.
A concessionária responsável pelo trecho orientou os condutores a passar pela rodovia dos Bandeirantes.
Já na rodovia Dutra, a greve dos caminhoneiros aconteceu no perímetro das cidades de Pindamonhangaba e Lorena no Estado de São Paulo, chegando a Barra Mansa, município já em território carioca.
Em Roraima também foram identificados alguns manifestos responsáveis pelo bloqueio da BR-174, única rodovia que dá acesso entre o estado e o restante do Brasil. Por lá a greve dos caminhoneiros também permanece nas duas vias desde às 16h de ontem no quilômetro 482.
Em comunicado, a Polícia Rodoviária Federal de Roraima disse que já se dirigiu ao local para controlar a situação.
Em entrevista ao jornal Folha de Boa Vista, alguns caminhoneiros mencionaram que os atos de protesto têm acontecido em apoio ao presidente, Jair Bolsonaro, e contra o aumento constante no preço dos combustíveis. Portanto, afirmaram que as rodovias permanecerão fechadas enquanto “o povo” quiser.
A Polícia Rodoviária Federal do Estado de Santa Catarina (SC) informou que até a tarde desta quarta-feira, a greve dos caminhoneiros já havia atingido 22 pontos situados em todas as regiões do estado. Mais tarde, no mesmo dia, 30 postos da região norte relataram a falta de combustível.
De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a greve dos caminhoneiros não afeta o escoamento. Já a administração portuária de Paranaguá (PR) informou que os manifestos não estavam atrapalhando o fluxo de cargas até a tarde de ontem, o que levou o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) a se pronunciar dizendo que vai acompanhar eventuais bloqueios.
Para a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), a greve dos caminhoneiros tem provocado graves transtornos ao setor de transportes, afetando, por consequência, o abastecimento de estabelecimentos comerciais.
De acordo com a entidade, cerca 4 mil empresas de transportes associadas direta e indiretamente, além de 50 entidades patronais estão congregadas à ação.
Para a associação a manifestação tem cunho, exclusivamente, político, não estando associadas ao clamor da classe.
“NTC&Logística vem manifestar total repúdio às paralisações organizadas por caminhoneiros autônomos com bloqueio do tráfego em diversas rodovias do País, por influência de supostos líderes da categoria.
“Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”, afirmou a associação em nota.
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