Nesta terça-feira (8), depois de ataques do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), houve mais cautela no mercado financeiro. O dólar fechou em forte alta. Já a B3 registrou queda considerável. Entenda como pronunciamento de Bolsonaro em atos políticos interfere no mercado financeiro.
O dólar fechou nesta quarta-feira (8) fechou com alta de 2,93%, vendida a R$ 5,3276. Esta foi a maior elevação desde o dia 24 de junho de 2020, quando foi registrada uma variação de 3,36%. Além disso, o valor no fechamento foi o maior desde o dia 23 de agosto deste ano, quando estava a R$ 5,3802.
Já a B3 apresentou diminuição de 3,78%, a 113.413 pontos. A redução recente representa a maior queda desde o dia 8 de março. Na ocasião, o STF havia anulado as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pronunciamento de Bolsonaro na celebração de 7 de setembro
Na manhã desta terça-feira (7), ao participar de um ato em Brasília, Jair Bolsonaro fez ameaças ao presidente do STF, Luiz Fux. Já pela tarde, em São Paulo, o presidente afirmou que não respeitará “qualquer decisão” do ministro Alexandre de Moraes.
Na Avenida Paulista, Bolsonaro pediu a saída do magistrado. Este evento na capital paulista contou com aproximadamente 125 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar.
No entendimento de juristas consultados pelo UOL, a declaração contra Moraes representa um crime de responsabilidade — por desrespeito contra outros Poderes. Diante do ocorrido, diversos partidos passaram a discutir um possível impeachment de Bolsonaro.
No entendimento de analistas consultados pelo G1, as declarações de Bolsonaro aumentaram o nível de incerteza na economia a um novo patamar. Foi entendido que o presidente deixou de lado a agência econômica — e não possui mais o poder político para encaminhar medidas relevantes no Congresso.
Como pronunciamento de Bolsonaro em atos políticos interfere no mercado financeiro
Conforme um economista ouvido pela Miriam Leitão, do Globo, a grande preocupação tem sido o orçamento após Bolsonaro dificultar as pontes de diálogo.
A questão dos precatórios estava sendo solucionada pelo judiciário. Contudo, o discurso do presidente pode causar um impasse.
Outro economista destaca que “o mercado detesta impasses”. A colunista entende que Bolsonaro piora a crise econômica, dando sinais negativos para a economia. Além do impasse, ela declara que o mercado não gosta de incerteza — de forma a impossibilitar os investimentos e orientar os investidores.
Miriam Leitão indica a pouca clareza para o desenvolvimento de cenários. Assim, há paralização das intenções de investimento.