Após ameaças, governo estuda “plano B” para criar novo Bolsa Família

Pontos-chave
  • Novo Bolsa Família pode ser suspenso pelo governo federal;
  • Bolsonaro confirma concessão dos salários em novembro sem certeza de sua folha orçamentária;
  • Plano B inclui diminuição no valor dos abonos.

Clima de instabilidade política marca implementação do novo Bolsa Família. Há semanas o governo federal vem anunciando informações sobre a consolidação do Auxílio Brasil. O programa deverá funcionar como assistência para a população vulnerável, mas corre o risco de não ser adotado efetivamente.

Após ameaças, governo estuda "plano B" para criar novo Bolsa Família (Imagem: Isac Nóbrega/PR)
Após ameaças, governo estuda “plano B” para criar novo Bolsa Família (Imagem: Isac Nóbrega/PR)

Durante o mês de agosto, o presidente da república, Jair Bolsonaro, entregou o texto do projeto de lei que consolida o Auxílio Brasil. O novo Bolsa Família promete mensalidades com um valor mínimo de R$ 300, sendo concedido a partir de novembro. Porém, não há garantia sobre sua efetivação.

Bolsonaro confirma aplicação do novo Bolsa Família

Nessa terça-feira (24), em entrevista à Rádio Farol, e Alagoas, Bolsonaro confirmou que irá botar o projeto para rodar a partir de novembro. De acordo com ele, o governo está aguardando apenas encerrar o auxílio emergencial para fazer a substituição do Bolsa Família.

“O auxílio emergencial termina em outubro. Nós pretendemos, a partir de novembro, pagar o Auxílio Brasil, que será de, no mínimo, R$ 300. O Bolsa Família atualmente está, em média, R$ 192”, disse o chefe do Executivo.

Segundo ele, de fato há uma inflação no preço dos alimentos, esperando assim que o Auxílio Brasil possa ajudar os mais pobres a pôr comida na mesa.

Bolsonaro afirmou que o atual cenário de crise foi motivado pelas medidas restritivas implantadas pelos governadores para conter a pandemia do coronavírus, criticando assim as recomendações do “fique em casa”.

Ainda sobre o atual momento de instabilidade econômica, o chefe de estado opinou sobre a alta no preço dos botijões de gás.

“Nós entregamos o botijão de gás de 13 kg a R$ 45. Então, na verdade, ele custa R$ 45. O que eu fiz? Eu acabei com os impostos federais do gás de cozinha. A gente recomenda que as pessoas que criticam, com razão, que o valor está alto não mirem o governo federal. O preço encarece, basicamente, em cima do ICMS dos governadores”, justificou.

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Auxílio Brasil pode ser suspenso

Mesmo com as afirmações acima, fontes internas do governo admitem que não há nenhuma garantia sobre a adoção do projeto. O Plano B trabalhado até o momento é de que o nome do Bolsa Família mude para Auxílio Brasil, parte dos segurados do auxílio emergencial passem a entrar em sua folha, mas o valor das mensalidades permanecerá o mesmo.

A proposta pode ser adotada tendo em vista as dificuldades do governo de conseguir fechar a folha orçamentária da União respeitando o teto estipulado pelo Congresso. Atualmente o Bolsa Família têm um custo em torno de R$ 35 bilhões, com as mudanças prometidas por Bolsonaro o valor subiria para acima de R$ 50 bilhões.

Diante da falta de alternativa para custeio, ainda não se sabe sobre quais medidas serão de fato adotadas e qual o retorno delas para a população. Até que essas questões sejam solucionadas, o auxílio emergencial permanece sendo ofertado.

Após ameaças, governo estuda "plano B" para criar novo Bolsa Família (Imagem: Sérgio Lima)
Após ameaças, governo estuda “plano B” para criar novo Bolsa Família (Imagem: Sérgio Lima)

Quais os benefícios do Auxílio Brasil?

Segundo os informes do governo, o programa irá atuar com os seguintes abonos:

Além disso, haverá também complementação de renda através dos benefícios extras, sendo eles:

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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