Fim do auxílio-merenda: São Paulo e Rio de Janeiro finalizam benefício

Pontos-chave
  • Auxílio-merenda é substituto da merenda escolar oferecida nas escolas;
  • Alunos que decidirem continuar no ensino remoto continuarão a receber o benefício;
  • São Paulo e Rio de Janeiro suspenderam o auxílio.

Diante dos impactos da pandemia da Covid-19, vários governos se mobilizaram para amparar os cidadãos em situação de vulnerabilidade social. Nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, a alternativa adotada foi o auxílio-merenda

Fim do auxílio-merenda: São Paulo e Rio de Janeiro finalizam benefício
Fim do auxílio-merenda: São Paulo e Rio de Janeiro finalizam benefício. (Imagem: A Lavoura)

Oferecido através de um cartão alimentação, o auxílio-merenda era voltado, especialmente, aos alunos matriculados em escolas da rede pública de ensino.

O propósito do benefício era suprir parcialmente os gastos com alimentação, tendo em vista que, com as aulas suspensas e adesão do modelo remoto, o consumo de alimentos nas residências aumentou durante a pandemia. 

Desta forma, o auxílio-merenda atuava como um substituto à merenda escolar oferecida pelas escolas diariamente durante os intervalos das aulas. Contudo, com a volta às aulas presenciais neste segundo semestre, o benefício será suspenso para alguns beneficiários. 

A partir de agora, o auxílio-merenda funcionará da seguinte forma, os alunos que retornarem ao ensino presencial perderão o direito ao benefício, uma vez que voltarão a se alimentar nas dependências da escola. Por outro lado, aqueles cujas famílias optarem por permanecer no modelo remoto, continuarão recebendo o auxílio. 

São Paulo 

Na Grande São Paulo (SP), as aulas presenciais retornaram após mais de um ano de suspensão. Para alguns foi um alívio, diante das dificuldades de conciliar os cuidados aos jovens junto ao trabalho.

Mas para outros o ensino presencial tem gerado preocupações, pois o cenário da pandemia não tem mostrado melhoras significativas. 

De toda forma, várias famílias paulistas alegaram nesta quarta-feira, 4, a surpresa por terem o auxílio-merenda suspenso. A medida foi adotada por cerca de dez cidades paulistas. São elas:

  • São Caetano do Sul;
  • Barueri;
  • Franco da Rocha;
  • Francisco Morato;
  • Ferraz de Vasconcelos;
  • Cotia;
  • Mairiporã;
  • Carapicuíba;
  • Pirapora do Bom Jesus;
  • Suzano.

O município de São Caetano foi o primeiro do ABC Paulista a implementar o auxílio-merenda em 2020. Entre abril a novembro do ano passado, a administração municipal pagou parcelas de R$ 90

Em 2021 o auxílio foi renovado, mantendo o apoio a 22 mil alunos da rede pública de ensino infantil e médio. Neste ano, o auxílio-merenda de São Caetano disponibilizou R$ 90 em abril, maio e junho. 

Em nota à imprensa, a Prefeitura de São Caetano informou que 50% dos alunos da rede municipal de ensino já retornaram às aulas presenciais. A meta é para que a rotina tradicional seja integralmente retomada até o mês de setembro. 

A merenda escolar oferecida pelas escolas da rede de ensino municipal aparenta ser bastante reforçada. O lanche dos alunos é composto por leite, sucos, pão com frios ou carne, frutas e bolachas. Ainda há uma novidade.

A partir do dia 23 de agosto, começará o ensino em período integral, que resultará na oferta de almoço para essas crianças. 

Por outro lado, a capital paulista, Guarulhos, Jandira, Taboão da Serra, Santa Isabel, Guararema, Itaquaquecetuba, Caieiras e Osasco, optaram por continuar pagando o auxílio-merenda. A ação prevalece mediante cartão ou kit de alimentos. 

Fim do auxílio-merenda: São Paulo e Rio de Janeiro finalizam benefício
Fim do auxílio-merenda: São Paulo e Rio de Janeiro finalizam benefício. (Imagem: Brasil de Fato)

Rio de Janeiro

Na capital carioca, as aulas presenciais voltaram na última segunda-feira, 2. Ao todo, 1.542 optaram pelo ensino tradicional e perderam o direito ao auxílio-merenda

Promovido através de um cartão alimentação no valor de R$ 54, esta foi uma iniciativa da cidade do Rio de Janeiro para auxiliar as famílias dos alunos matriculados nas escolas da rede pública de ensino.

A quantia depositada no cartão alimentação equivale aos gastos com produtos alimentícios para cada aluno. Mas agora, com a volta às aulas e, consequentemente, a oferta da merenda nas escolas municipais, o auxílio não será mais necessário. 

Dados apresentados pela Secretaria do Estado de Educação (SEEDUC), dos 92 municípios cariocas, somente 69 optaram por retomar as atividades presenciais nesta segunda-feira, 2.

As escolas situadas nessas localidades devem oferecer o ensino híbrido, ou seja, tanto no modelo presencial quanto remoto. Esta alternativa dá a chance dos pais e dos alunos optarem pelo formato mais seguro e vantajoso para cada caso. 

Os outros 23 municípios do Rio de Janeiro seguirão exclusivamente com o ensino remoto, de maneira que as portas das escolas ficarão abertas somente para a entrega e recebimento de material pedagógico, documentação, matrículas e kit alimentação ou cartão alimentação. 

No entanto, é importante ressaltar que nem todos os alunos retornaram às aulas presenciais. Isso porque, os próprios estudantes e seus familiares têm autonomia para optar se desejam retomar o ensino no modelo tradicional ou se preferem continuar com o ensino remoto. Esta possibilidade foi concedida para que se sintam mais à vontade e seguros quanto à pandemia da Covid-19. 

Desta forma, os alunos que optarem pelo ensino remoto, bem como aqueles que possuem alguma comorbidade, poderão continuar recebendo o auxílio-merenda de R$ 54.

“Temos muita confiança na nossa política alimentar. Todas as crianças vão poder se alimentar na escola. O cartão era uma medida emergencial e temporária. Com todo respaldo do prefeito, estamos voltando com a merenda na escola”, declarou o secretário de Educação do RJ, Renan Ferreirinha.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.