Doria acusa Ministério da Saúde após falta de vacinas para continuar campanha

O governador do Estado de São Paulo (SP), João Doria (PSDB), está preocupado com o avanço do calendário estadual de vacinação. Nesta quarta-feira, 4, ele disse que o estado não possui vacinas o suficiente para dar continuidade à imunização. 

Doria reclama da falta de vacinas para continuar campanha de imunização
Doria reclama da falta de vacinas para continuar campanha de imunização. (Imagem: Carta Capital)

Doria acusa o Ministério da Saúde de boicote ao não cumprir o acordo de enviar 456 mil doses de vacinas para o Estado de São Paulo. Segundo o governador, a gestão estadual recebeu apenas 228 mil doses da vacina Pfizer. 

Os números fazem parte de uma estimativa à qual o Estado de São Paulo teria direito a receber entre a divisão de um lote ainda maior distribuído entre as unidades federativas.

Para ele, essa atitude pode comprometer seriamente o calendário de vacinação divulgado, sobretudo, no que compete à imunização dos adolescentes entre 12 a 17 anos. 

“A última remessa da Pfizer, a quantidade foi reduzida à metade, sem nenhuma justificativa. A decisão, que como governador qualifico como arbitrária, representa a quebra do pacto federativo. E o governo federal decidiu punir quem fez o certo e quem foi eficiente na vacinação”, alegou João Doria. 

Nas redes sociais, o governador também se manifestou.

Neste sentido, o secretário estadual de Saúde de SP, Jean Gorinchteyn, protocolou um ofício perante o Ministério da Saúde, requerendo que o saldo de 228.150 doses previstas no acordo inicial sejam entregues em até 24 horas. A média de vacinas que costumam ser enviadas ao Estado de São Paulo é de 22% do total de imunizantes a cada entrega.

Em resposta à declaração de João Doria, o Ministério da Saúde explicou que a quantidade reduzida de vacinas enviadas ao Estado ocorreu em compensação às entregas anteriores, em que o Governo de SP recebeu mais doses da CoronaVac do que previsto em acordo.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ainda acrescentou que São Paulo faz reclamações constantes, e que, “as doses são distribuídas de acordo com a tripartite”, finalizou. 

Em contrapartida, João Doria disse que irá honrar o compromisso firmado junto ao Ministério da Saúde, envolvendo a entrega das vacinas da CoronaVac. O governo ressaltou que não haverá retaliação contra a pasta federal.

“Hoje entregamos 2 milhões de doses da vacina do Butantan para o Ministério da Saúde pra vacinação de 2 milhões de brasileiros. Continuaremos a entregar a vacina do Butantan dentro dos prazos previstos”, concluiu.

É válido ressaltar que, em parte, o avanço no calendário de vacinação estadual foi possível mediante uma compra particular de vacinas contra a Covid-19.

A iniciativa visou atender exclusivamente a população paulista e, por consequência, a agilidade no esquema vacinal em comparação com outras cidades e estados brasileiros. 

Esta compra se trata da aquisição de quatro milhões de doses da CoronaVac, fabricada pelo laboratório chinês Sinovac e entregues diretamente ao Estado de São Paulo. Até então, 2,7 milhões de vacinas já foram entregues. 

Em contrapartida, no início do ano o Ministério da Saúde firmou um acordo junto ao Instituto Butantan para ter prioridade na compra de todas as doses da CoronaVac.

A medida inclui tanto as vacinas importadas da China quanto aqueles produzidos no Brasil, até atingir a marca de 100 milhões.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.