ENEM 2021 tem menor número de inscritos em 16 anos; o que explica esse fato?

O menor número de inscrito do Exame Nacional do Ensino Médio foi observado em 2005, antes da reformulação. Mas, a redução dos participantes do ENEM 2021 também chamou atenção, e pode reduzir a concorrência para os cursos superiores.

ENEM 2021 tem menor número de inscritos em 16 anos; o que explica esse fato?
ENEM 2021 tem menor número de inscritos em 16 anos; o que explica esse fato? (Imagem: FDR)

O alto índice de abstenções do exame de 2020 havia chocado a todos, mas em meio a uma pandemia o índice é justificável.

No entanto, era esperado um número maior de inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio de 2021, mas todos foram pegos de surpresa com a queda nas inscrições; apenas 3,1 milhões de pessoas se inscreveram.

O número pode parecer alto, mas se pensarmos que já apresentamos quase 9 milhões de inscritos em uma edição, percebemos como a redução foi grande.

Por que o número de inscritos no ENEM 2021 foi baixo?

Diversos fatores podem ser apontados como motivação para essa queda, o primeiro deles é a pandemia.

Se pensarmos que a pandemia trouxe as aulas remotas e fez com que o suporte ao aluno fosse mais difícil, essa pode ser uma grande motivação para a resistência dos estudantes em participar do exame.

Sabemos que as provas são cansativas e demandam muitos conhecimentos. Acontece que uma parcela grande de brasileiros não tem condições de pagar um curso particular e vê na escola a única condição de adquirir esse conhecimento.

Além disso, a evasão escolar também faz com que o estudante não se sinta preparado para as provas. De acordo com um relatório da Unicef, em 2020, 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos não tinham acesso à educação.

Essa evasão também pode ser associada à pandemia e a insegurança dos pais e responsáveis em enviar os estudantes para as atividades presenciais. Além disso, muitos estudantes não têm qualquer acesso à internet, o que impossibilita o acompanhamento das aulas virtuais.

Infelizmente, o que vemos são jovens que deixam de estudar porque precisam trabalhar.

Com isso, acabam abandonando os sonhos, é o que afirma a arquiteta Ester Carro, ativista social na comunidade de Jardim Colombo, zona Sul de São Paulo.

“Percebo cada vez mais jovens de 16 ou 17 anos que tiveram que começar a trabalhar. Muitos também estão cada vez mais expostos ao tráfico de drogas nas ruas”, complementa seu colega Erik Luan Santos, também morador do bairro.

“E na época de se inscrever nas universidades eu perguntava a eles ‘e aí, vai prestar?’ A resposta era ‘ah, não, tô trabalhando, preciso ganhar dinheiro agora’.”, finalizou.

Fique bem informado com a editoria de carreiras do FDR .

Entre na comunidade do FDR e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!

Jamille Novaes
Baiana, formada em Letras Vernáculas pela UESB, pós-graduada em Gestão da Educação pela Uninassau. Apaixonada por produção textual, já trabalhou como corretora de redação, professora de língua portuguesa e literatura. Atualmente se dedica ao FDR e a sua segunda graduação.