Durante um pronunciamento realizado nesta segunda-feira, 2, o presidente da República, Jair Bolsonaro, cogitou a volta do horário de verão. A alteração do relógio foi extinta em 2019, durante o primeiro ano de mandato do atual governo.
Em junho deste ano, os empresários do setor de turismo pediram a Bolsonaro que ele voltasse atrás na decisão de acabar com o horário de verão.
Segundo os representantes da classe, o retorno ao método tradicional será capaz de beneficiar o turismo nacional, uma vez que as atividades do setor poderiam contar com um horário estendido.
Outro argumento apresentado pelos empresários na época ao requerer a volta do horário de verão foi a economia de energia, atitude extremamente importante diante das preocupações no cenário atual devido à grave crise hídrica que o país vem enfrentando.
Na época, Bolsonaro alegou que o horário de verão impactava negativamente o relógio biológico dos trabalhadores brasileiros, apostando que a mudança influenciaria no aumento da produtividade.
Na declaração feita por Bolsonaro nesta segunda, ele disse que existe sim a possibilidade de o horário de verão voltar se a medida receber o apoio popular. Ele ainda reconheceu que, ao contrário do que ele imaginava, esta circunstância não era causadora do aumento de energia.
“E, até o momento, eu vejo que continua a maioria da população contrária ao horário de verão. Se a maioria mudar de posição, eu sigo a maioria. Sou democrata, sigo a maioria”, disse em entrevista à rádio gaúcha, ABC.
Bolsonaro também disse estar ciente de que o horário de verão influencia diretamente no faturamento do comércio, tendo em vista que a circulação se torna mais frequente.
Porém, o chefe do Executivo Federal bate na tecla de que mais brasileiros, sobretudo empresários, precisam se posicionar a favor para que a mudança realmente aconteça.
Para o diretor da CNTur, Fabio Aguayo, a volta do horário de verão requer uma mente aberta de Bolsonaro, pois a proposta não tem cunho político, uma vez que visa unicamente a geração de postos de trabalho e novos negócios.
Em contrapartida, o movimento não foi bem visto pelo Ministério de Minas e Energia, por acreditar que a contribuição relacionada à alteração no relógio se limitaria ao alívio no consumo de energia no país.