Cinco categorias profissionais perdem direito ao piso salarial após ordem da Câmara

Câmara dos Deputados acaba com piso salarial de alguns trabalhadores. Nessa semana, os parlamentares se reuniram para avaliar um projeto de lei que tem como finalidade encerrar com obrigatoriedade de concessão de um valor mínimo para certas profissões. Desse modo, quem atua em tais categorias terá a renda reajustada.

Cinco categorias profissionais perdem direito ao piso salarial após ordem da Câmara (Imagem: Sulcontábil)
Cinco categorias profissionais perdem direito ao piso salarial após ordem da Câmara (Imagem: Sulcontábil)

Se você é formado em Agronomia, Arquitetura, Engenharia, Química e Veterinária, fique atento. O governo federal acaba de derrubar a lei do piso salarial em vigor desde 1966. Segundo os parlamentares, não há justificativas para manter um valor mínimo para essa classe.

O que diz a legislação de concessão do piso salarial?

Segundo o texto da Lei nº 4.950-A, o cidadão que atuar enquanto agrônomo, arquiteto, engenheiro ou veterinário, comprovando formação em cursos de graduação por ao menos quatro anos, deve receber um valor mínimo de seis salários mínimos (R$ 6,6 mil).

Isso significa dizer que nenhum profissional dessas categorias pode ter um salário abaixo do piso determinado. Porém, aqueles com uma formação de menor duração, têm direito a uma renda de cinco salários, atualmente R$ 5,5 mil.

Piso nacional será o único em vigor

Em reformas orçamentárias, o governo federal decidiu derrubar a lei, afirmando que não há justificativa para a diferenciação dos salários em comparação com as demais categorias.

Procuramos desburocratizar ao máximo o Brasil. Junto com o Ministério da Economia, buscamos revogar legislações que não possuíam mais sentido com a realidade. Uma delas é o piso para algumas profissões específicas. O único piso que deve existir em lei é o salário mínimo. A partir daí é uma negociação entre sindicatos e empresas. Imagina se todas as profissões tivessem um piso em lei,” afirmou o relator Marco Bertaiolli (PSD-SP).

Contestação da proposta

Sem esperar a votação, os conselhos federais dessas categorias e demais entidades que as representam deram inicio a um movimento para derrubar a proposta. Foram apresentadas uma série de contestações de modo que os senadores pudessem reverter a medida.

O resultado da ação foi a apresentação de mais de 30 emendas solicitando a preservação do piso salarial para esses profissionais.

“Não há justificativa para a retirada do salário mínimo desses trabalhadores. A fixação de valores mínimos para o exercício das atividades profissionais é proporcional à extensão e à complexidade do trabalho”, afirmou o senador Fabiano Contarato (Rede-ES).

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.