Cartões de crédito ficam ameaçados por PIX após queda do TED e DOC

Nas próximas semanas, o PIX, novo queridinho dos brasileiros no momento de realizar transações de valores, receberá novidades. O Banco Central divulgou na semana passada, uma resolução para ampliar o uso da solução de pagamentos.

Cartões de crédito ficam ameaçados por PIX após queda do TED e DOC
Cartões de crédito ficam ameaçados por PIX após queda do TED e DOC (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A partir de agora, será possível efetuar transferências através de aplicativos de troca de mensagens e redes sociais e ainda, pagar compras feitas na internet.

O que muitas vezes é feito com o uso do cartão de débito ou crédito. Principalmente, no que se trata de compras on-line.

A novidade foi possível graças a resolução do Banco Central que estabeleceu regras para as instituições financeiras participantes do open banking (sistema de compartilhamento de dados). Apenas estes bancos estão aptos a oferecer o serviço.

De acordo com a Ágora, a inciativa vai facilitar as operações de pagamento do PIX, o que pode aumentar a participação das lojas.

“Acreditamos que isso pode ser um movimento para começar a afetar as transações com cartões e está em linha com nossa ideia de que os bancos deveriam ter tarifas pressionadas em linhas específicas”, dizem os analistas Gustavo Schroden e Maria Clara Negrão.

Pressão 

Os analistas acreditam que o desenvolvimento e atualizações do PIX serão um benefício para os brasileiros, uma vez que o sistema seria modernizado garantindo mais agilidade e segurança.

“No entanto, ainda observamos que PIX pode continuar a pressionar as receitas de tarifas dos bancos, especialmente relacionadas aos serviços de conta corrente”, disse a dupla.

De acordo com dados do BC, o PIX foi responsável por 649 milhões de transações em maio, ante 342 milhões de faturas, 126 milhões de transferências tradicionais (TED/DOC) e 18 milhões de saques a descoberto.

Sucesso do PIX

As formas de pagamento mais impactadas pelo sucesso da nova solução do BC foram as transferências através de DOC, TED e TEC. Entre novembro do ano passado e maio deste ano, a quantidade de transações por mês nestas modalidades, regrediu 41%, ao passo que o PIX cresceu 1.733%, de acordo com dados do BC.

“A grande sacada do Pix é que tira a hegemonia do banco para processar o pagamento, aumenta o nível de concorrência e representa uma grande vantagem para o consumidor”, disse o presidente da Trevisan Escola de Negócios, VanDick Silveira.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.