A crise hídrica no país continua em estado grave, e as consequências já estão afetando a vida dos brasileiros. O principal impacto pode ser visto no aumento da conta de luz que encareceu ainda mais após passar a cobrar a tarifa da bandeira vermelha no patamar 2.
Esta é a pior crise hídrica que o Brasil já viu em quase um século. Devido à escassez das chuvas, a capacidade de distribuição de energia reduziu drasticamente.
Motivo pelo qual a tarifa cobrada por meio da bandeira dois também teve um aumento, e passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos.
Mas os consumidores brasileiros devem ficar atentos e preparados, pois ainda há a possibilidade desta tarifa sofrer um reajuste para a margem de R$ 11,50 e deixar a conta de luz ainda mais cara.
Porém, esta não é a única justificativa para o encarecimento da conta de luz. Outro fator relevante e que deve ser lembrado se relaciona ao reajuste anual das tarifas cobradas pelas concessionárias de energia elétrica.
Ao todo, 31 distribuidoras que atendem 14 estados brasileiros distintos já foram afetadas por este reajuste aplicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) somente entre o período de janeiro até o dia 6 de julho. Enquanto isso, os demais estados podem aguardar, pois também sofrerão com a atualização das tarifas em breve.
O percentual médio cobrado das concessionárias varia entre 1,28% a 15,29% após o reajuste. A tarifa mais alta foi identificada na companhia de Ceripa, no Estado de São Paulo com 15,29% e a mais baixa pela Cemig, em Minas Gerais com 1,28%. Veja a seguir as maiores taxas aplicadas por algumas companhias:
- Ceripa (SP): 15,29%;
- Cocel (PR): 10,64%;
- CPFL Santa Cruz (MG, PR e SP): 9,95%;
- RGE Sul (RS): 9,95%;
- Copel (PR): 9,89%.
Diante da nítida indignação e preocupação dos brasileiros quanto ao aumento na conta de luz, a Aneel explicou que os reajustes que têm sido constantes estão relacionados a diversas questões.
As principais se referem aos custos de encargos setoriais; despesas com transporte, aquisição e distribuição de energia elétrica; contribuições ao PIS/Cofins; resultados do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M); bem como a linha de crédito obtida em virtude dos impactos da pandemia da Covid-19.
Ao analisar os dados eventualmente divulgados pela Aneel, nota-se que o valor médio da conta de luz no Brasil passou de R$ 300 por megawatt-hora no ano de 2013, para R$ 602 em 2021.
Estes valores representam um aumento de 100,6% com a devida correção baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O nítido aumento no valor da final da conta de luz também é visto por especialistas como resultado de três pilares, que são:
- O acionamento das termelétricas responsáveis pela produção de energia diante de um custo mais elevado;
- Os subsídios aplicados na tarifa de energia elétrica que consistem em 10% do valor total;
- A implementação da Medida Provisória (MP) 579, de 2012, que visa reduzir a média cobrada nas tarifas em até 20% perante o corte dos gastos das hidrelétricas.