Open Banking: Tudo sobre a nova fase que começa a partir de agosto

Pontos-chave
  • Segunda fase do open banking foi adiada de julho para agosto;
  • Principal objetivo é aumentar a segurança e proteção de dados;
  • Iniciativa pode trazer mais competitividade entre os bancos.

Na última quinta, 15, seria iniciada a segunda fase do open banking, o sistema financeiro aberto do Brasil, porém, o Banco Central adiou seu início para 13 de agosto. Segundo o BC, a segunda fase tem o objetivo principal de aumentar a segurança e a proteção dos dados dos clientes.

Open Banking: Como funciona? É seguro? Conheça detalhes do sistema bancário

O foco deste sistema aberto é o compartilhamento padronizado de dados e serviços por instituições financeiras reguladas. Através do open banking, os clientes podem autorizar o compartilhamento de seus dados com outras instituições.

O BC acredita que isso “deve aumentar a competitividade entre os bancos e melhorar a oferta de produtos e serviços”.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou no começo deste ano, que o “Open Banking estava para o sistema financeiro como a internet está para a sociedade e que os benefícios e casos de uso serão visíveis ao longo dos próximos meses e anos”.

A implementação do sistema será feita em quatro fases. A primeira foi colocada em prática em fevereiro deste ano e os dados de 1.065 instituições participantes começaram  a ser compartilhados.

Naquele momento, Otávio Damaso, diretor de Regulação do Banco Central, afirmou que o alvo eram “as próprias instituições financeiras ou de pagamento, desenvolvedores, fintechs e acadêmicos”.

Na primeira fase, os dados dos usuários não foram compartilhados, apenas os canais de atendimento, localização de agências, caixas eletrônicos e produtos e serviços oferecidos por cada instituição.

Segunda fase do open banking 

Nesta segunda fase, a promessa é que os clientes tenham a opção de compartilhar seus cadastros e suas informações sobre transações financeiras ligadas a suas contas, cartão de crédito e operações de crédito com outras instituições.

Leonardo Medeiros, head de Open Banking & Open APIs na XP Investimentos, disse que a grande diferença entre as duas primeiras etapas do serviço é que enquanto a primeira compartilhou dados públicos, a segunda tem foco nos dados pessoais.

“A primeira fase tem mais a ver com o compartilhamento de dados das próprias instituições participantes, com relação a dados sobre elas. São informações já públicas, mas que são difíceis de achar via site, e todas as instituições participaram de forma obrigatória. Para a fase dois, que já impacta mais o mercado, é justamente o compartilhamento de dados privados dos clientes com o consentimento deles, com dados cadastrais, como documentos, filiação, telefone, e informações de conta-corrente, poupança, cartão, entre outros. Acreditamos que essa segunda fase vai ter mais impacto”, explicou Leonardo.

Os clientes tem a liberdade para cancelar o compartilhamento de dados quando desejar. O Banco Central diz que isto permitirá que cada pessoa receba uma oferta de produtos que mais se encaixam em seu perfil.

Open Banking (Imagem InfoMoney)

O que a segunda fase ajudará na prática 

A segunda fase irá extinguir a exclusividade do banco correntista de realizar ofertas financeiras, como taxas de juros para empréstimos e com isso, outras instituições ganham a mesma chance.

Um cliente que tinha conta no Santander, por exemplo, somente esta instituição tinha acesso ao dados desta pessoa, como seu histórico de pagamentos, crédito, extrato, entre outras informações.

Agora com a abertura do sistema, todas as instituições também recebem acesso aos dados de um cliente, sem a necessidade de se cadastrar em todos os bancos.

“Todo aquele histórico financeiro que você criou com o seu banco, você consegue compartilhar com outras instituições financeiras. Um dos maiores exemplos é quando você faz um novo cartão de crédito que te oferece um limite mais baixo do que a do seu primeiro banco. Com o Open Banking, isso se torna mais assertivo”, diz Gustavo Bresler, gerente de estratégia da Quanto, plataforma de open banking.

Gustavo diz também que a segunda fase facilitará o acesso ao crédito e ele acredita que em breve as taxas de juros podem ser reduzidas por conta do sistema.

Todas as quatro fases do open banking serão implementadas ainda este ano.  

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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