- A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou no início do mês a redução no valor do plano de saúde individual;
- Dessa maneira, o reajuste negativo deve ser aplicado até abril do próximo ano;
- De acordo com a ANS, as operadoras de planos de saúde terão que reduzir em 8,19% o valor da mensalidade;
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou no início do mês a redução no valor do plano de saúde individual. Dessa maneira, o reajuste negativo deve ser aplicado até abril do próximo ano.
De acordo com a ANS, as operadoras de planos de saúde terão que reduzir em 8,19% o valor da mensalidade. Essa redução irá contemplar 8,1 milhões de contratos. Esse quantitativo representa 18,7% do mercado de saúde particular.
Em 2020, os contratos tiveram reajuste de 8,14%. A redução na mensalidade só será válida para o plano de saúde individual. Dessa maneira, os planos de saúde coletivos, como os empresariais e os por adesão, não serão contemplados.
A redução no valor das mensalidades do plano de saúde começará a vigorar no mês de contratação. Isso deve acontecer até abril de 2022, já que a base anual de incidência é de maio até abril.
Porém, os contratos com renovação marcados para maio, junho e julho terão aplicação retroativa do reajuste. A decisão do reajuste tomada pela ANS foi devido à redução do uso dos serviços do plano de saúde em 2020.
Segundo a agência, a baixa procura pelo atendimento no plano de saúde foi gerada pela pandemia de COVID-19. O diretor da ANS, Paulo Rebello, afirmou que, apesar do aumento de gastos com internações e tratamentos para a COVID-19, os planos de saúde tiveram uma redução em seus custos com consultas e atendimentos ambulatoriais.
Segundo dados da ANS, os planos de saúde tiveram uma queda de 8% no uso de serviços médico, como cirurgias e exames. Por esse motivo, o órgão considerou necessário repassar para o consumidor a redução dos gastos.
Durante a reunião para definir o índice negativo a ANS mostrou o mapa assistencial de saúde suplementar correspondente a 2020. De acordo com os dados, a queda no número de consultas foi de 25,1%, nos exames de 14,6% e nas internações de 15,6%, quando comparado a 2019.
Para definir o percentual de desconto a ANS combinou a variação do Índice de Valor Despesas Assistenciais (IVDA) com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), retirando desse último o subitem plano de saúde.
Na fórmula, o IVDA terá peso de 80% e o IPCA de 20%. Outros indicadores entram no cálculo, com o Fator de Ganhos de Eficiência (FGE) e a Variação da Receita por Faixa Etária (VFE). Dessa maneira, as operadoras de planos de saúde serão obrigadas a aplicar o índice de reajuste definido pela agência reguladora.
Segundo o diretor-presidente substituto da ANS, Rogério Scarabel, “As operadoras não poderão deixar de reduzir o valor das mensalidades. Elas não têm essa opção. Se uma operadora decidir não aplicar o reajuste negativo definido pela ANS ou aplicar reajuste zero, ela estará em desacordo com a regulamentação e poderá sofrer as penalidades cabíveis após a apuração da infração”.
Não recebi a redução no valor do plano de saúde
Com a decisão da ANS, os clientes devem ficar atentos e observar se o percentual de reajuste anual foi igual ou inferior a -8,19%. Dessa maneira, se não acontecer, a agência orienta que a operadora seja contatada para fornecer esclarecimento.
Caso o problema não seja resolvido, a recomendação é que o cidadão prejudicado entre em contato com a Agência Nacional de Saúde Suplementar. Para isso, é possível usar um dos três canais de atendimento disponíveis:
- Disque ANS: 0800 701 9656;
- Fale Conosco (formulário Eletrônico): Gov.br/ans;
- Central de Atendimento a Deficientes Auditivos: 0800 021 2105.
Plano de saúde e a redução das mensalidades
Em nota, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), disse que a redução nas mensalidades deixa o setor bastante preocupado. Segundo a associação, no ano passado 124 planos de saúde tiveram prejuízos financeiros ao serem impedidas de realizar o reajuste anual.
Segundo a Abramge, em 2020 consultas, exames preventivos e cirurgias foram adiadas devido ao alto risco de contaminação por COVID-19. Porém, neste ano o cenário é diferente e os serviços estão acontecendo normalmente.
Para piorar a situação o número de solicitações neste ano está muito maior devido ao acumulo dos serviços cancelados em 2020.