- INSS é obrigado a pagar segurados do auxílio doença;
- Perícia médicas em atraso resultarão na inclusão automática no benefício;
- Segurados devem apresentar laudos terceirizados.
INSS tem regras do auxílio doença modificadas pela pandemia. Nessa semana, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou o projeto que autoriza a previdência social a pagar o abono do cidadão que não conseguir realizar a perícia médica em até 60 dias. A ação tem validade imediata.
Com a pandemia do novo coronavírus ainda em circulação, a realização das perícias médicas do INSS segue comprometidas.
Milhares de brasileiros relatam não conseguir ter acesso a benefícios como o auxílio doença, porque não têm um retorno do órgão sobre a avaliação de saúde.
Suspensão temporária da perícia
Diante da situação, os parlamentares se reuniram para validar um projeto que obriga o INSS a conceder um salário mínimo ao solicitante do auxílio doença. A decisão será válida quando o órgão não conseguir realizar a perícia em até 60 dias.
É válido ressaltar, no entanto, que mesmo com a liberação de um salário parcial, o INSS ainda deverá dar continuidade ao processo de análise do segurado. Ou seja, a perícia precisará ser concluída, mas o solicitante deve enviar um laudo médico prévio assinado por um profissional de sua escolha.
Validação da proposta
O texto foi aceito nessa quarta-feira (23), sob a concordância da relatora no colegiado, a deputada Tereza Nelma (PSDB-AL). Ela afirmou que a proposta deve ser vista em caráter emergencial, uma vez em que não há previsão para o fim da pandemia.
Segundo a parlamentar, a ação é necessária para garantir a segurança financeira do cidadão que estiver impossibilitado de exercer suas atividades no mercado de trabalho.
“A medida assegura o recebimento de um salário-mínimo mensal enquanto o segurado aguarda a realização de perícia médica, mesmo no período após a situação de calamidade pública que vivemos”, destaca a relatora.
Sobre o auxílio doença
Trata-se de um dos principais benefícios ofertados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por meio dele, o cidadão que estiver com algum problema de saúde e precisar de afastamento no trabalho, permanece recebendo seu salário.
Para solicitar o auxílio doença é preciso ter uma carência mínima de 12 contribuições, ou seja, o cidadão precisa estar pagando ao INSS durante um ano.
Além disso, há ainda a necessidade de envio dos documentos de identificação pessoal e comprovação da situação médica.
Regras de concessão
Além de cumprir o tempo de carência, o segurado precisa também:
- estar na qualidade de segurado;
- ter a comprovação, seja doença ou acidente que torne temporariamente incapaz para o seu trabalho;
- Para o funcionário, é necessário estar afastado por mais de 15 dias.
Lista de documentos do INSS:
- Laudos;
- Exames de imagem;
- Documentos complementares;
- Atestado médico.
Doenças seguradas pelo auxílio
O INSS tem uma lista com as doenças que são seguradas pelo benefício, de modo geral, para ser um contemplado o cidadão deve comprovar um dos diagnósticos abaixo:
- tuberculose ativa,
- hanseníase,
- alienação mental,
- cegueira,
- paralisia irreversível e incapacitante,
- cardiopatia grave,
- doença de parkinson,
- espondiloartrose anquilosante,
- nefropatia grave,
- estado avançado da doença de paget, (osteíte deformante) síndrome da deficiência imunológica, adquirida — AIDS,
- e contaminação por radiação com base em conclusão da medicina especializada.
Valor e tempo de duração
O valor do benefício varia de acordo com o salário e contribuições já realizadas pelo cidadão. De modo geral, ele não pode ser inferior ao piso nacional em vigor, atualmente de R$ 1.100.
No que diz respeito a durabilidade, ela se manterá até que o cidadão comprove estar apto para voltar ao trabalho.
Solicitação no Meu INSS
Estando dentro das regras acima, o cidadão deve acessar o Meu INSS para solicitar seu abono. Ao abrir a página da previdência, ele precisa buscar pela aba ‘auxílio doença’. Na sequência, basta preencher o formulário que será apresentado e anexar a documentação exigida.
Seu pedido irá gerar um número de protocolo que deve ser salvo para acompanhar o andamento da análise. Em caso de atraso, o INSS passará a fazer o pagamento de R$ 1.100 e o cidadão ganha também o direito de recorrer na justiça se não tiver um retorno do órgão.