- Taxa Selic impacta os rendimentos em renda fixa;
- Poupança passa a ter rentabilidade pouco maior com a alta da Selic;
- Rendimentos em renda variável seguem atrativos.
Nesta quarta-feira (16), o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic pela terceira vez consecutiva. Com a mudança, a Selic bate 4,25%, o que representa um acréscimo de 0,75 ponto percentual. Esta elevação também impacta os investimentos. Entenda os desdobramentos desta mudança.
Em uma perspectiva futura, o Copom do Banco Central apontou que o ajuste total da taxa Selic será maior do que o esperado inicialmente. Segundo o último boletim Focus, há a expectativa de que o Selic termine este ano em 6,25%. O aumento recente confirma as expectativas do mercado.
O aumento da taxa Selic tem sido um instrumento adotado pelo Banco Central para reduzir o consumo e aumentar o crédito. Com isso, a autoridade monetária visa desacelerar a inflação.
A taxa básica de juros ainda funciona como base para os investimentos em renda fixa. Grande parte destas aplicações acompanham a variação da taxa básica de juros.
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Selic bate 4,25%: perspectiva da poupança
Com a alta da Selic, a aplicação financeira mais popular do Brasil, a poupança, passa a render um pouco mais. A rentabilidade passa a ser de 0,25% ao mês e 2,98% ao ano, conforme cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), informado pelo G1.
Apesar deste aumento, a poupança segue perdendo para a inflação. Esta modalidade registra queda no poder de compra há 9 meses seguidos.
Pela regra em vigor, caso a taxa básica esteja abaixo de 8,5%, a correção anual da caderneta de poupança se limita a um percentual igual a 70% dos juros básicos mais a Taxa Referencial (TR).
Conforme simulações do diretor executivo da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, em um cenário de rendimento de R$ 10 mil na poupança em 12 meses, o rendimento será de R$ 298 —totalizando R$ 10.298.
No caso dos depósitos feitos até abril de 2012, seguem rendendo 0,50% ao mês e 6,17% ao ano.
Considerações sobre outras aplicações em renda fixa
Segundo informado, o aumento da taxa Selic também tenda a melhorar a rentabilidade de outros investimentos em renda fixa.
Com exemplo, estão os investimentos em títulos públicos, vendidos por meio do Tesouro Direto, também são indicados o Certificado de Depósito Bancário (CDB), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), do Agronegócio (CRA), Letras de Crédito Imobiliário (CDB) e do Agronegócio (LCA).
Mesmo com a perda da poupança para a inflação, a Anefac indica que a modalidade se destacará, por exemplo, em comparação aos fundos de renda fixa — principalmente sobre os que contam com taxas de administração acima de 1% ao ano.
A Anefac ainda destaca que os rendimentos da caderneta de poupança não possuem cobrança de imposto de renda e taxas de administração.
Por exemplo, em uma aplicação no CDB, seria preciso ter uma taxa de juros próximo a 85% do CDI para obter a mesma rentabilidade líquida da poupança.
Neste cenário do CDB, há pagamento de IR conforme o prazo de resgate da aplicação.
Rendimentos de referências de aplicações em renda fixa
O InvestNews, por meio de um levantamento realizado pelo economista Samy Dama, informou como ficam as principais referências de aplicações de renda fixa com a Selic em 4,25%. Os resultados são:
- Referência de aplicação — taxas anuais (nominal) — taxas anuais (real)
- Selic — 4,25% — -0,06%
- CDI — 4,17% — -0,14%
- Inflação — 4,31% — 0,00%
- 90% CDI — 3,75% — -0,54%
- 100% CDI — 4,17% — -0,14%
- 110% CDI — 4,58% — 0,26%
- 120% CDI — 5,00% — 0,66%
- 150% CDI — 6,25% — 1,86%
- 200% CDI — 8,33% — 3,85%
- 250% CDI — 10,41% — 5,85%
- Poupança — 2,98% — -1,28%
Perspectiva da renda variável
De acordo com o InvestNews, por meio de agentes do mercado, os juros acima de 4% não devem afastar os investidores da renda variável. O entendimento é de que este cenário deixa os investimentos em bolsa ainda mais convidativos, para o sócio da Rio Gestão, André Querne.
Ele alega que no médio e longo prazo o que impacta na bolsa não é a inflação. Querne explica que o impacto tem relação com a retomada econômica — decorrente do avanço da vacinação e reabertura de comércios.
O analista-chefe do TC Matrix, Hugo Queiroz, afirma que pela curva de juros longos, o patamar ainda é baixo. Para que haja mudança do cenário, ele entende que será preciso ter uma taxa de juros acima de 10% ao ano. Contudo, abaixo de dois dígitos, Queiroz indica que a renda variável segue forte.
Diante dos juros maiores do que 4%, os bancos e seguradoras são os principais beneficiados. Isto ocorre devido ao aumento no custo de crédito e spread bancário.
Ele também acredita em oportunidade em setores cíclicos da economia doméstica — como construção civil, varejo, financeiro e commodities que estão muito descontadas.