Inflação subiu! Entenda como brasileiros são afetados com o resultado

Pontos-chave
  • Inflação do mês de maio é a maior de 2021 até agora;
  • Taxa inflacionária afeta preço de serviços e produtos;
  • Energia elétrica e combustível foram os itens que mais sentiram os efeitos da inflação.

A inflação no Brasil cresceu no último mês, maio, resultando no aumento dos preços de mercado. Essa mudança tem deixado muitos brasileiros preocupados sobre como irão arcar com todas as despesas básicas de uma família. 

Inflação subiu! Entenda como brasileiros são afetados com o resultado
Inflação subiu! Entenda como brasileiros são afetados com o resultado. (Imagem: ABCdoABC)

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação em maio atingiu o patamar de 0,83%. A última apuração superou o percentual de 0,31% do mês de abril.

O índice atual também é o maior de todos os meses de maio desde o ano de 1996, quando a inflação ficou em 1,22%.

Os respectivos dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 9. É importante explicar que dentro de um período de 12 meses o IPCA está passível a uma variação entre 3,22% a 8,06%.

Neste sentido, o órgão competente ainda fez uma pesquisa de nove grupos de produtos e serviços para identificar o impacto da inflação em cada um deles durante o mês de maio. Desta forma, foi possível identificar que o destaque ficou por conta do setor de habitação com 1,78% e transportes com 1,15%.

Os principais causadores deste resultado foram a energia elétrica com 5,37% após a vigência da bandeira vermelha no patamar 1 e a alta no preço da gasolina diante do índice de 2,87%.

Na sequência a lista é composta pelo setor da saúde e cuidados pessoais com 0,76%, alimentação e bebidas com 0,44% e artigos de residência com 1,25%. No final da lista está o setor de educação com 0,06% e vestuário com 0,92%.

Especialistas do setor econômico acreditam que a alta na inflação atual será a mais duradoura e com maiores efeitos nos últimos tempos, superando até mesmo as previsões mais pessimistas. O cenário levou vários economistas a reavaliarem as expectativas para o ano junto às taxas de juros. 

Para o economista chefe do Banco Itaú, Mário Mesquita, “o índice está alto e causa preocupação. Isso deve levar o Banco Central a  continuar a subir a taxa de juros”, afirmou. 

Nota-se que embora a inflação tenha atingido um patamar mais intenso e duradouro, ela também se espalhou em diversos setores. Neste sentido, o índice de difusão tem variado entre 60% a 64% nos últimos três meses. 

A inflação deve ser vista como uma cadeia alimentar, de maneira que um fator depende do outro. Desta forma, conclui-se que o problema não é único, pois impacta a produção e prestação de diversos itens e serviços, respectivamente. 

A economista da XP Investimentos, Tatiana Nogueira, acredita que até o fim de 2021, a taxa Selic, a mais famosa no mercado econômico brasileiro, atingirá a margem de 6,5%. Antes do último levantamento, a previsão era para que esse percentual fosse atingido somente em 2022.

​“O problema, aqui, é que todo mês a gente está apontando uma surpresa, e ela vem sistematicamente”, ressaltou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. “Ainda que a surpresa tenha sido concentrada em combustíveis e alimentação fora do domicílio, no nosso caso, eu estou prestes a revisar o cenário de inflação para cima”, ponderou. 

A inflação apresentada pelo IBGE através do IPCA, elevou a projeção de 2021 para 5,80%. Os percentuais apurados com o passar do tempo, ainda que durante um curto período, promovem um distanciamento cada vez maior do teto de tolerância da meta de alguns economistas, que é de 5,25%.

No mês de maio, exclusivamente, o aumento da inflação foi condicionado à projeção da bandeira vermelha 1 aplicada sobre as tarifas de energia elétrica. Esta é uma, senão a principal despesa dos brasileiros. Portanto, tem um papel significativo em toda essa situação. 

Em maio, a energia elétrica teve um aumento de 5,37%, resultando no aumento da cobrança adicional mencionada sobre a conta de luz do consumidor brasileiro. Até abril, as tarifas de energia eram calculadas com base na bandeira amarela. 

Inflação subiu! Entenda como brasileiros são afetados com o resultado
Inflação subiu! Entenda como brasileiros são afetados com o resultado. (Imagem: Novo Varejo)

Além disso, os gastos com botijão de gás aumentaram nas casas de famílias brasileiras. O consumo deste item teve um aumento de 24,05% nos últimos 12 meses consecutivamente. Em seguida está o custo da gasolina que passou para 2,87, acumulando um aumento superior a 45% no último ano. 

Apenas esses dois fatores, conta de energia e gasolina, são responsáveis por quase metade do percentual de inflação do mês de maio.

Vale mencionar que embora também tenham tido um aumento considerável, a alimentação foi um dos itens mais baratos. A exceção desta regra fica por conta do preço das carnes e alimentação fora de casa.

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Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.