Calendário de vacinação pode avançar após Anvisa aprovar testes da ButanVac

A partir de agora, a ButanVac, vacina criada e produzida pelo Instituto Butantan, poderá ser aplicada em humanos por meio de testes voluntários. A permissão foi concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última quarta-feira, 9. 

Calendário de vacinação pode avançar após Anvisa aprovar testes da ButanVac
Calendário de vacinação pode avançar após Anvisa aprovar testes da ButanVac. (Imagem: Reprodução/Gazeta do Povo)

A aplicação da ButanVac neste momento, caracteriza a fase inicial de estudos, capaz de identificar a eficácia ou não do imunizante. Caso a vacina seja aprovada, será possível progredir o calendário de vacinação contra a Covid-19 no Brasil.

Atualmente, o país possui certas limitações quanto ao esquema vacinal. Isso porque, as vacinas aplicadas nos brasileiros ou são importadas de outros países como um todo, ou dependem de insumos estrangeiros, como o Insumo Ativo Farmacêutico (IFA) proveniente da China. 

A falta de autonomia do Brasil quanto à produção das próprias doses do imunizante é um agravante diretamente ligado ao ritmo da vacinação do país. Qualquer impasse político, por exemplo, pode ser crucial no impedimento de importações de novos lotes de vacinas ou matéria-prima.

Por esta razão, o Instituto Butantan se mobilizou constantemente neste sentido, até criar a ButanVac. Até que o imunizante fosse concluído da forma como será testado atualmente, foi preciso fazer vários estudos e testagem interna, para somente então, obter a autorização da Anvisa após dois meses de longos debates. 

Em um primeiro momento, a ButanVac será testada em 400 voluntários. Esta é apenas uma parcela do total de seis mil voluntários que farão parte das duas fases de aprimoramento do imunizante. 

A ButanVac começou a ser produzida no mês de abril e conta com o acompanhamento do Hospital das Clínicas (FMUST) e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

A tecnologia aplicada na produção da ButanVac é similar à da vacina na gripe, mediante o “cultivo em ovo” com material individual o bastante para fabricar duas doses. 

A meta do Instituto Butantan é finalizar a produção de, aproximadamente, 18 milhões de doses da vacina até o final deste mês de junho, além de um novo lote com 40 milhões de doses até o fim de 2021.

As diretrizes de segurança da ButanVac determinam que a segunda dose seja aplicada com um intervalo de 28 dias. 

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.