Após realizar cortes nas universidades federais, o Ministério da Educação pode também mexer no FIES. A ideia do ministro da economia é oferecer “voucher” para os estudantes endividados, e até mesmo modificar o público alvo do programa.
O Fundo de Financiamento Estudantil é hoje uma das formas mais usadas pelos brasileiros para ingressar no ensino superior. Com ele, é possível ingressar em uma instituição particular, muitas altamente conceituadas, e só pagar as mensalidades após se formar.
Mudança na regra de acesso ao FIES
Na última terça-feira, 1, o Ministro da Economia Paulo Guedes deu algumas afirmações sobre o FIES que podem mudar os rumos do programa.
Primeiro, para o ministro é possível a criação de uma espécie de “voucher”. Ele acredita que essa seria uma alternativa para os estudantes mais carentes, que, em sua visão, seriam mais beneficiados com essa ação do que com um financiamento.
Além disso, ele também afirmou que o FIES deveria ser voltado às famílias de classe média.
Uma vez que, elas possuem mais condições de arcar com a dívida, mesmo se o estudante não começar a trabalhar imediatamente após a formatura.
“Ai no futuro, usarmos mais os vouchers e menos empréstimos. […] Acho que o Fies é um empréstimo e o empréstimo tem que ser para a classe média, que tem condição de pagar depois se o jovem não conseguir um emprego. Agora, o jovem que vem da periferia, o jovem negro da periferia e que quer estudar, ele precisa de um voucher. Ele não pode ter a responsabilidade de devolver esse dinheiro”, explicou Paulo Guedes.
Não é primeira vez que o Ministro da Economia questiona o FIES, em abril ele afirmou que o programa concedeu bolsas demais, até mesmo para o “filho do porteiro que tirou 0 em todas as provas do ENEM”.
Para Guedes, a mudança no FIES deve ser pensada e muito discutida, pois, muitos estudantes se formam sem a condição de pagar as parcelas, e se encontram endividados.
“O jovem negro vem da periferia e quer estudar, ele precisa de um voucher, ele não pode ter a responsabilidade de devolver esse dinheiro, ele não sabe se vai conseguir emprego”, afirmou Paulo Guedes.
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