A situação hídrica do país é grave e preocupante. Esta semana o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), coordenado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), emitiu um alerta devido à escassez de chuvas em cinco estados brasileiros.
A medida se refere à região hidrográfica da Bacia do Paraná, responsável por atender os estados de: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.
A situação hídrica resultou na implicação do alerta entre os meses de junho a setembro deste ano.
Com base em estudos realizados pelo SNM, o Ministério da Agricultura informou que as condições climáticas previstas para 2021 e 2022, apontam que boa parte da região central do país terá um volume de chuvas reduzido até o fim do mês de setembro devido à estação da seca.
“Essa previsão é consistente com a de outros centros internacionais de previsão climática”, diz nota conjunta. O alerta sobre a situação hídrica contou com o apoio da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden).
Em documento, todas as instituições meteorológicas reforçam a gravidade e emergência hídrica diretamente relacionadas à escassez de precipitação dentro do período mencionado. Na oportunidade, a SNM explicou que o déficit na bacia do Paraná está relacionado a dois fenômenos atmosféricos de larga escala.
O primeiro consiste no La Niña, que aconteceu entre o período de outubro de 2020 a março de 2021. Ele é responsável por resfriar as águas do oceano Pacífico, consequentemente, reduzindo a temperatura da superfície do mar e alterando a circulação a nível global. Este fator também foi capaz de reduzir as chuvas na região Sul do país.
O segundo fenômeno se trata da Oscilação Antártica (OA), responsável por modificar o padrão de pressão atmosférica da região afetada. Isso porque, desde o ano passado a OA impede que sistemas geradores de chuvas sejam liberados em regiões continentais da América do Sul.
Portanto, nota-se que a escassez hídrica não é uma situação recente, muito pelo contrário. De acordo com pesquisas feitas pelos órgãos competentes com base nas análises das chuvas entre outubro de 2020 a abril de 2021 na bacia do Paraná, somente no mês de dezembro de 2019, agosto de 2020 e janeiro de 2021, as precipitações atingiram um nível médio.
“O SNM alerta que o índice de precipitação na maior parte da bacia hidrográfica apresenta-se moderado a extremo, considerando os últimos seis a 12 meses, bem como uma análise de um período mais longo, dos últimos 48 meses. Ou seja, a situação atual de déficit de precipitação é severa”, alertou.