‘Xepa’ da vacina contra a Covid-19: Como funciona e como se candidatar?

Embora a aplicação da vacina contra a Covid-19 siga conforme previsto, imunizando todos os grupos prioritários até então, a campanha de vacinação não chegou a 10% da população brasileira. Este percentual corresponde aos cidadãos que já receberam as duas doses do imunizante. 

'Xepa' da vacina contra a Covid-19: Como funciona e como se candidatar?
‘Xepa’ da vacina contra a Covid-19: Como funciona e como se candidatar? (Imagem: Hélia Scheppa/SEI)

No entanto, uma ação tem sido adotada em postos de vacinação por todo o país. Consiste na prática de aplicar as doses restantes da vacina contra a Covid-19 perto do horário de encerramento das unidades para os cidadãos que chegarem repentinamente. 

A medida foi adotada visando evitar o desperdício das vacinas, tendo em vista que também têm prazo de validade e requerem um armazenamento adequado. Essa atitude foi devidamente autorizada pelo Ministério da Saúde, não sendo considerada como uma prática de “furar fila”, ao contrário do que muitos brasileiros podem imaginar. 

Muito pelo contrário, a ação tem sido executada em respeito às diretrizes da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).

“Quando houver frasco de vacina aberto no fim do expediente, para que não haja qualquer desperdício de dose, ela deve ser aplicada”, está disposto no documento. 

Xepa da vacina

Esta ação foi denominada de ‘xepa’ da vacina. Para entender melhor é preciso explicar que cada frasco do imunizante tem capacidade de aplicar dez doses da vacina contra a Covid-19. Uma vez aberto, não é possível armazená-lo novamente, sob o risco de acelerar o prazo de validade. 

Por esta razão, os postos de vacinação passaram a imunizar pessoas fora do grupo prioritário de cada etapa no intuito de esvaziar devidamente todos os frascos com doses do imunizante.

Porém, esta medida pode ser adotada somente pelos postos de vacinação que não tiverem mais a procura de pessoas do grupo prioritário próximo ao horário do fechamento. 

Vale mencionar que toda unidade de saúde recebe doses extras da vacina contra a Covid-19, pelo menos é o que diz a Secretaria de São Paulo, especificamente. Desta forma, o cidadão deve deixar os dados pessoais no posto de saúde mais próxima de onde reside, para que seja comunicado em caso de sobra de doses do imunizante. 

A pasta competente entrará em contato com estes cidadãos conforme a ordem na lista de espera. Na oportunidade, a Secretaria de Saúde de SP ressaltou que nenhuma unidade de saúde está autorizada a descartar as doses remanescentes. 

Conforme mencionado, para receber essas doses é preciso fazer um cadastro. Sendo assim, basta apresentar um comprovante de residência na unidade de saúde mais próxima, junto a um documento capaz de comprovar a integração em um dos dois grupos contemplados pela vacinação.

No caso específico de pessoas com comorbidades, é preciso fornecer um documento de identificação pessoal, como o RG ou CPF, junto a um atestado médico que comprove a comorbidade. Este documento deve estar assinado pelo médico junto com o número do CRM. 

Atualmente, a campanha de vacinação contra a Covid-19 por todo o país chegou à etapa de imunização de pessoas com comorbidades. Este se tornou o novo grupo prioritário após os idosos. Veja quais são as comorbidades contempladas a seguir:

  • Diabetes mellitus;
  • Pneumopatias crônicas graves;
  • Hipertensão arterial resistente (HAR);
  • Hipertensão arterial estágio 3;
  • Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade;
  • Insuficiência cardíaca (IC);
  • Cor-pulmonale e hipertensão pulmonar;
  • Cardiopatia hipertensiva;
  • Síndrome coronarianas;
  • Valvopatias;
  • Miocardites e Pericardiopatias;
  • Doença da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas;
  • Arritmias cardíacas;
  • Cardiopatias congênita no adulto;
  • Prótese valvares e dispositivos cardíacos implantados;
  • Doença cerebrovascular;
  • Doença renal crônica;
  • Imunossuprimidos;
  • Hemoglobinopatias graves;
  • Obesidade mórbida;
  • Cirrose hepática.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.