Turismo da vacina da Covid-19: Quanto custa e quais países estão promovendo?

Pontos-chave
  • Turismo da vacina tem sido adotado por vários países pelo mundo;
  • New York, Miami e Orlando são os principais destinos procurados para a imunização contra a Covid-19;
  • Agências de turismo precisaram se adequar para atender a alta demanda de viagens.

A vacina da Covid-19 já faz parte da realidade de vários países por todo o mundo, os quais têm se esforçado para realizar a campanha de imunização contra a doença. Neste sentido, a proposta de diversas localidades é a ampliação, permitindo até mesmo a vacinação de estrangeiros. 

Turismo da vacina da Covid-19: Quanto custa e quais países estão promovendo?
Turismo da vacina da Covid-19: Quanto custa e quais países estão promovendo? (Imagem: Reprodução/Jovem Pan)

A ação faz parte dos governos de New York, Orlando e Miami. As cidades que já faziam parte do roteiro de muitos brasileiros que buscavam pelo lazer internacional, agora chamam a atenção pela disponibilização da vacina da Covid-19 para aqueles que passarem por uma das três cidades. 

Este atrativo resultou em um aumento de 719% na busca de voos para as localidades mencionadas somente no mês de maio. A comparação foi feita com base no período mensal passado. No geral, essa prática tem sido denominada de “turismo da vacina”.

O turismo da vacina levou cerca de duas mil agências brasileiras a criarem pacotes de até 20 dias no valor médio de US$ 2.799, ou seja, R$ 15 mil por pessoa. O pacote inclui os serviços de passagem aérea e hospedagem no México e nos Estados Unidos. 

Gabriel Cordeiro Strobel, gerente da BWT, operadora responsável por essas agências de turismo, contou que este formato de pacote com duração de 20 dias já tem sido ofertado desde o mês de maio do ano passado, diante da proposta de passar a quarentena em Cancún.

“Mas, com o boom dessa notícia de vacinação em Nova York e na Flórida, a gente recebeu tanta demanda que formatou um pacote e já teve fechamento de venda nesta semana”, completou.

Antes da pandemia da Covid-19, os Estados Unidos da América (EUA) e o México já eram os responsáveis por metade do volume das vendas de viagens internacionais da empresa. Situação que apenas foi intensificada com o cenário atual.

Este foi um dos fatores que levou vários empreendimentos de luxo a promoverem campanhas para a aplicação da vacina da Covid-19 em brasileiros, argentinos, peruanos, entre vários outros turistas latinos. 

Pelo menos, é o que disse a vice-presidente da América Latina da Preferred Hotels, Simone Mariote. “É uma tendência e, se a fronteira americana finalmente abrir no meio do ano, a gente vai ter um número considerável de brasileiros viajando para tomar a vacina”, ponderou. 

Porém, é preciso explicar que o processo não é tão simples assim. Não basta apenas comprar um pacote com destino direto nos Estados Unidos da América. Pois, até que a entrada seja liberada, os turistas devem permanecer em um local fora da lista americana de bloqueio sanitário durante 14 dias. 

Somente após o período da quarentena, o turista é autorizado a se dirigir aos Estados Unidos da América. Os principais destinos continuam sendo Miami e New York, tendo em vista que são as duas únicas localidades que não requerem a comprovação de residência nas respectivas cidades. 

Apesar de ter ganhado toda a popularidade, o turismo da vacina não é bem visto por algumas pessoas, sendo alvo de críticas relacionadas à questão ética de beneficiar somente os mais favorecidos.

Essa justificativa esta ligada ao fato de o dólar estar em R$ 5,32, impossibilitando o acesso para a maior parte da população. Sobretudo, com o agravo da situação econômica proveniente da pandemia da Covid-19.

A discordância que gerou tamanhas críticas também foi a responsável pela elaboração do passaporte de vacina. Este documento consiste na apresentação de um comprovante de imunização contra a doença para entrar em determinados países, é o caso da União Europeia. 

Turismo da vacina além dos EUA

Vale mencionar que países como Cuba também são lembrados no tema turismo da vacina, mesmo que a ilha tenha declarado que iria doar doses da vacina da Covid-19 para outras federações sem recursos.

Na Rússia, por exemplo, é possível ser imunizado com uma dose da Sputnik sem nenhuma burocracia. Porém, o turista deve permanecer no país durante três semanas, no mínimo. 

Contudo, a decisão de viajar para a Rússia com o objetivo de ser imunizado pode não ser uma boa ideia. Isso porque, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitou a importação da vacina Sputink V no Brasil.

Em justificativa, a Anvisa alegou não ter recebido nenhum relatório técnico contendo detalhes capazes de comprovar que a vacina Sputnik V atende aos padrões de qualidade.

Além do mais, o órgão não conseguiu identificar nenhum relatório junto a autoridades competentes de países em que a vacina é aplicada.

Turismo da vacina da Covid-19: Quanto custa e quais países estão promovendo?
Turismo da vacina da Covid-19: Quanto custa e quais países estão promovendo? (Imagem: Reprodução/BBC News)

Outros pontos também devem ser considerados, como o fato de que boa parte dos países que autorizaram a aplicação da vacina Sputnik V não têm o costume de avaliar os medicamentos. Bem como, o atraso na vacinação de 23 países que efetuaram a compra do imunizante. 

Por outro lado, as ilhas Maldivas também aderiram ao turismo da vacina, aplicando a dose da vacina da Covid-19 em estrangeiros que se dirigirem até o local. No entanto, a imunização deste grupo acontecerá somente após atingir 70% da vacinação da população local. 

No geral, os cidadãos que ainda desejam viajar para algum dos países mencionados para receber a vacina da Covid-19, devem reunir alguns documentos.

O principal deles é o visto válido, especialmente se o destino for os Estados Unidos da América. Além do mais, alguns países exigem que o turista seja vacinado contra a febre amarela em até dez dias antes do embarque.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.