- Vacinação da Covid-19 no Brasil fica comprometida pela falta de IFA;
- Estado de São Paulo inicia vacinação de duas novas faixas etárias este ano;
- Distrito Federal prevê 15 meses para concluir esquema vacinal da população local.
A vacina da Covid-19 tem sido um sucesso em território brasileiro, mesmo com o risco de o esquema vacinal ser comprometido pela falta do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). Até agora, cerca de 1,9 milhão de brasileiros já receberam a segunda dose do imunizante, ainda que fora do prazo previsto.
Este número corresponde a 14% de todos os cidadãos que já concluíram as duas etapas de aplicação da vacina da Covid-19, tanto com a Coronavac quanto com a AstraZeneca. A apuração consiste nos dados atualizados até o dia 6 de maio.
As informações foram apresentadas pelo DataSUS, sistema de informações do Ministério da Saúde. Este levantamento indica que do total mencionado acima, 1,7 milhão de brasileiros receberam a segunda dose do imunizante em atraso.
Em contrapartida, outros 159,6 mil completaram o esquema vacinal antes do intervalo mínimo necessário entre cada uma das doses. Especialistas acreditam que esses impasses no cronograma de vacinação contra a doença são um reflexo da falta de vacinas, podendo agravar a situação ainda mais.
A falta de doses da vacina da Covid-19 se tornou realidade após uma divergência no posicionamento político entre ambos os governos. Sobretudo após ataques recentes do presidente da República, Jair Bolsonaro, contra o Governo chinês tem dificultado a aquisição do IFA. Motivo pelo qual o país se recusa a exportar o insumo acordado em contrato.
A previsão é para que o Brasil recebesse um lote com cerca de 10 mil litros de IFA até o fim desta semana, o que não irá acontecer. A falta do insumo resultou na suspensão da fabricação da Coronavac produzida pelo Instituto Butantan, bem como da vacina de Oxford produzida pelo Instituto Fiocruz.
A escassez das doses do imunizante irá afetar o calendário de vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Atualmente, o Executivo Federal em parceria com os governos Estadual e Municipal têm se mobilizado para concluir a vacinação de idosos.
É o caso do Estado de São Paulo (SP) e do Distrito Federal (DF) que darão início a uma nova fase na campanha de vacinação contra a Covid-19. Veja mais detalhes a seguir.
São Paulo
Em São Paulo, a vacina da Covid-19 começará a ser aplicada em pessoas que integram a faixa etária de 55 a 59 anos de idade a partir do dia 1º de julho. Enquanto isso, os profissionais da educação com idade entre 18 a 46 anos devem ser imunizados do dia 21 de julho em diante.
O comunicado sobre a ampliação do esquema vacinal foi feito pelo governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB). Na oportunidade, também foi feito o anúncio sobre a vacinação de pessoas com comorbidades na faixa etária de 40 a 44 anos de idade a partir do dia 28 de maio.
Enquanto cerca de 760 mil pessoas estão perto de receber a primeira dose da vacina da Covid-19, o público de 45 a 49 anos receberá a primeira dose nesta sexta-feira, 21 de maio. O Estado de SP tem o objetivo específico de concluir a imunização de pessoas com comorbidades até o mês de junho.
De acordo com a coordenadora geral do Plano Estadual de Imunização, Regiane de Paula, “para que esse cronograma seja seguido, precisamos que o Ministério da Saúde cumpra o seu calendário vacinal. Precisamos de ritmo de vacinação e esse ritmo de vacinação depende da compra de mais vacinas e da chegada de mais vacinas”, afirmou.
O público com comorbidades deve comprovar o acometimento de alguma das doenças listadas pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) elaborado pelo Ministério da Saúde. Observe!
- Diabetes mellitus;
- Pneumopatias crônicas graves;
- Hipertensão arterial persistente e nos estágios 1, 2 e 3 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade;
- Insuficiência cardíaca;
- Cor-pulmonale e hipertensão pulmonar;
- Cardiopatia hipertensiva;
- Síndromes coronarianas;
- Valvopatias;
- Miocardiopatias e pericardiopatias;
- Doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas;
- Arritmias cardíacas;
- Cardiopatia congênita no adulto;
- Próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados;
- Doença cerebrovascular;
- Imunossuprimidos;
- Pacientes oncológicos com tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses;
- Hemoglobinopatia grave;
- Cirrose hepática.
Distrito Federal
O governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), também tem se mobilizado para agilizar a campanha de vacinação contra a Covid-19. Foi então que o político informou ontem, 19, que pretende ampliar a aplicação das doses da vacina da Covid-19 para a população geral ao concluir a imunização de pessoas com comorbidades.
Ainda esta semana, o Governo do Distrito Federal já deu um novo passo em relação ao esquema vacinal. De agora em diante, pessoas com comorbidades na faixa etária de 30 a 49 anos de idade. Nesta quinta-feira, 20, os professores de creches da capital federal também poderão ser imunizados.
Até o momento, cerca de 120 mil pessoas já foram imunizadas no Distrito Federal com a primeira dose da vacina da Covid-19. No entanto, estimativas apontam que será preciso mais 15 meses para concluir o esquema vacinal de toda a população local, com idade a partir dos 18 anos.