PIX terá nova concorrência com WhatsApp e pode refletir no MEI; entenda!

Pontos-chave
  • WhatsApp Pay deve chamar a atenção dos MEIs;
  • Novidade está funcionando apenas para uma parcela de usuários do aplicativo;
  • WhatsApp está focado em proteger os usuários de fraudes.

O WhatsApp se tornou o aplicativo mais usado entre os brasileiros para troca de mensagens e ligações. Recentemente, o aplicativo começou a funcionar também para operações financeiras. Neste primeiro momento, só podem ser feitas transações entre pessoas físicas e com uso do cartão de crédito, mas é possível receber ou enviar valores sem taxas. Saiba mais sobre esta novidade.

PIX terá nova concorrência com WhatsApp e pode refletir no MEI; entenda!
PIX terá nova concorrência com WhatsApp e pode refletir no MEI; entenda! (Imagem: Divulgação/WhatsApp)

A nova função do WhatsApp vem para concorrer com o PIX, a solução de pagamentos do Banco Central. E deve chamar a atenção em especial dos MEIs (Microempreendedor Individual) por apresentar uma operação sem taxas e reduzir a venda através de maquininhas.

“O Pix vem para substituir o boleto, como também está ocupando o espaço do TED e DOC. Já o WhatsApp Pay será um novo canal de vendas. Até a liberação das transações comerciais, ainda será preciso que a plataforma promova várias integrações. Em pouco tempo, será possível pagar serviços de beleza, venda de produtos, comida, usando os contatos, e microempreendedores individuais”, explicou Guilherme Baumworcel, professor de Gestão Financeira do Ibmec.

No último sábado (15), o aplicativo teve que alterar o termo de privacidade da rede para poder iniciar o serviço de transações e possibilitar os recursos comerciais.

Através do compartilhamento de dados com o Facebook e o Instagram, a interação com as empresas será facilitado. Os consumidores poderão tirar dúvidas sobre os produtos oferecidos pelas empresas e efetuar a compra.

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Foco nas fraudes 

Os especialistas ficaram em alerta quando o aplicativo iniciou as operações financeiras. Isto porque, a novidade pode gerar novas tentativas de fraudes, golpes e clonagem da conta dos usuários.

Por conta disso, uma das medidas da rede para deixar os usuários mais seguros é a autenticação em dois fatores no aplicativo.

Esta autenticação pede uma senha (ou PIN) escolhida por cada usuário quando ele faz login em um novo celular. Mesmo que o golpista possua acesso ao código de autenticação para ativar a conta da vítima em outro dispositivo, o serviço ainda exigirá a senha personalizada do usuário.

O advogado João Fernando Nascimento diz que o WhatsApp está adotando formas de reduzir o risco de golpes para os usuários, como a limitação de transações, mas a esponsabilzioar alguém pelo um golpe será mais complexo:

“O WhatsApp quis mitigar o risco com limite de transações de mil reais, além de uma cota diária e mensal, de somente 20 transações. Mas, no caso de fraude, quem seria responsabilizado? A rede social? A bandeira do cartão? Isso será analisado caso a caso”, questionou.

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Fase inicial do WhatsApp Pay 

Neste primeiro momento, o serviço de pagamentos ainda não foi liberado para todos os todos os usuários do aplicativo no Brasil. Quem já pode utilizar a função está participando de uma espécie de teste.

O WhatsApp não comunicou ao certo o número de pessoas habilitadas, a quantidade de transações já finalizadas e o montante transacionado. Ainda não foi revelado quando o serviço chega para todos os usuários.

“Quanto mais opções existirem, maior será a competição e espera-se redução de custo transacional. Novas soluções tecnológicas são bem-vindas para beneficiar usuários consumidores, micro e pequenos empresários, inclusive com a inclusão da pessoa física que está no mercado informal e à margem do sistema financeiro”, diz Caio Ramalho, coordenador do FGVnest.

Os especialistas acreditam que a nova forma de pagamento através do aplicativo deve marcar uma mudança na relação do comércio com as máquinas de cartão deixando o processo de venda mais fácil.

“A conectividade que as pessoas experimentam na plataforma vai mudar o patamar de acesso e reduzir custo para quem esta vendendo. Muita gente já usa o WhatsApp como canal de vendas, mas pagar por ali mesmo facilita ainda mais para o consumidor e vendedor”, disse Gastão Mattos, da GMattos, empresa de estudos de e-commerce e pagamentos.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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