Voos para “lugar nenhum”: Conheça estratégias para trazer consumidor ao free shop

Em abril, Hyun Jung-a embarcou em um voo no Aeroporto Incheon, localizado na Coréia do Sul. Após duas horas, a passageira estava de volta no mesmo aeroporto e comprando no free shop, mesmo sem ter pousado em outro país. É a modalidade que está sendo chamada de voos para “lugar nenhum”.

Voos para "lugar nenhum": Conheça estratégias para trazer consumidor ao free shop
Voos para “lugar nenhum”: Conheça estratégias para trazer consumidor ao free shop (Foto: Zaca Oliveira/PMG)

Este voo da companhia Air Busan Co., foi organizado pela Lotte Duty Free especialmente para os clientes VIPs e o primeiro que Hyun embarcou desde o começo da pandemia do coronavírus. O voo foi totalmente gratuito.

Mesmo que a rota do voo tenha sido pequena, saindo rapidamente do espaço aéreo coreano e passando por uma ilha japonesa, os 130 passageiros se qualificaram para efetuar compras em lojas Duty-free em Seul, que geralmente são reservadas para passageiros de viagens internacionais.

Esse tipo de voo “sem destino” é uma das apostas das operadoras de free shops na tentativa de recuperar um negócio devastado pela pandemia do coronavírus. Antes da covid, os negócios estavam evoluindo e o mercado global duty-free valia US$ 85 bilhões em 2019 e estava prestes a atingir a US$ 139 bilhões em 2027, segundo a Verified Market Research.

Ao passo que os países iam restringindo as viagens internacionais, as vendas do segmento caíram drasticamente. Em 2020, somente 1,8 bilhão de pessoas pegaram voos regulares globalmente, em comparação com 4,5 bilhões em 2019, de acordo com a Organização de Aviação Civil Internacional.

A receita anual da gigante suíça duty-free Dufry AG, que opera lojas em todo o planeta, foi reduzida em 71%.

Mesmo que os compradores que embarcam nos voos não sejam capazes de recuperar todo o prejuízo, eles pelo menos movimentam os negócios.

Eu vi muitas pessoas com sacolas cheias de itens do duty free. Digo a todos os meus amigos que vale a pena pegar o avião por causa da oportunidade de comprar no duty free, disse Hyun que adquiriu uma bolsa Chanel, cosméticos e sapatos.

As autoridades cogitam a possibilidade de autorizar voos internacionais para Incheon, para que passageiros possam fazer compras sem sair do aeroporto antes de retornar para seu ponto de partida.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.