- A taxa Selic deve ter novos aumentos;
- Títulos pós-fixados são recomendados dentro da renda fixa;
- Especialistas recomendam a diversificação dos investimentos.
Nesta terça-feira (5), o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic, de 2,75% para 3,5% ao ano. Por conta da variação de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros, os investimentos são afetados. Entenda a situação das opções de investimentos no cenário atual.
Este aumento da taxa Selic foi indicado pelo Banco Central no último comunicado. Por conta disso, o mercado financeiro já previa o resultado recente. Este foi o segundo aumento consecutivo pelo Copom. Apesar disso, o processo ainda deve continuar.
Na próxima reunião, em junho, o Banco Central sinalizou que uma nova alta da taxa Selic deve acontecer. O aumento seria na mesma magnitude. Para o final deste ano, a projeção é de que a taxa básica de juros chegue a 5,50%.
A justificativa para essa sequência de alta dos juros é a pressão inflacionária. Esta elevação da Selic também afeta os investimentos. Diante do cenário atual, os investidores devem estar atentos às opções mais atrativas no mercado financeiro.
Perspectiva atual de opções de investimentos
Para a renda fixa, os títulos pós-fixados são as melhores opções, de acordo com a sócio-fundadora da Nord Research, Marilia Fontes, ao InvestNews. Esta avaliação leva em consideração o cenário em que a Selic está em uma sequência de alta.
Ao considerar este tipo de título, o investidor poderá escolher o indexador — CDI ou Selic. A pessoa não sabe previamente quanto a aplicação renderá. O ganho dependerá da evolução da taxa de juros. Entre as opções disponíveis, há o Tesouro Selic, Tesouro IPCA e CDBs atrelados ao CDI.
Segundo especialistas consultados pelo Valor Investe, os títulos indexados ao IPCA são as melhores opções atuais do Tesouro Direto para um prazo maior ou para quem pensa na aposentadoria.
Os investidores podem considerar, fora do Tesouro Direto, os CDBs de bancos médios e pequenos, que oferecem até 150% do CDI. Nesta hipótese, vale levar em considerar o objetivo ao prazo de vencimento.
Outra opção a se considerar os títulos de crédito privado, apesar das dificuldades presentes no ano passado. Após algumas companhias terem dado calote nos investidores durante a pandemia de covid-19, há as que passaram a oferecer maiores retornos para debêntures, CRI e CRAs.
Segundo dados da Bloomberg, venda de papéis de dívida de empresas já teve aumento de 70% neste ano em comparação ao mesmo período de 2020.
Analistas consultados pelo Valor destacam que a Bolsa de Valores ainda oferece oportunidades. Ao considerar os balanços do 1º trimestre deste ano, as grandes companhias nacionais têm apresentado resiliência. Já as empresas menores estão em um pequeno rali.
Especialistas recomendam a diversificação
Mesmo com os atrativos da renda fixa, por conta do aumento da Selic, especialistas recomendam a diversificação. O chefe de investimentos do Andbank, Marcus Macedo, entende que ainda não há oportunidade clara para direcionar o investimento.
Ele afirmou, ao Valor, que será a melhor hora de procurar um ativo mais direcional quando houver o término do ciclo de vacinação, com a imunidade de rebanho e uma expectativa maior de crescimento.
O posicionamento favorável também é defendido pela economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Rocha. Ela declarou ao Estadão que permanece com a recomendação de diversificar o portfólio também com a renda variável, além da fixa.
A importância de uma reserva de emergências
No caso da reserva de emergência, o nível da Selic não deve ter influência na escolha da aplicação, pois o objetivo dela é auxiliar em momentos de dificuldades. Apesar disso, estes investimentos são importantes por terem baixa volatilidade e serem mais seguros.
Entre as opções disponíveis, há o Tesouro Selic, fundos de DI e CDBs. Estes podem pagar um pouco mais com a taxa. No entanto, o impacto não deve ser tão perceptível, por conta do Imposto de Renda.
O analista de investimentos da Easynvest, Eduardo Perez, destacou ao Invest News que o Tesouro Selic é o investimento mais seguro para reserva de emergência. O CDB de liquidez diária precisa entregar, preferencialmente, mais do que 100% do CDI para valer a pena.