Faixa 1 do Casa Verde e Amarela deve paralisar financiamentos; quem será prejudicado?

Após presidente Jair Bolsonaro cortar orçamento do Casa Verde e Amarela, segurados de baixa renda têm entrada no projeto reduzida. Na última semana, o governo federal informou que estaria reduzindo em quase 98% os recursos destinados à sua nova política pública habitacional. Diante da decisão, parte significativa da população deixará de ter acesso ao financiamento.

Faixa 1 do Casa Verde e Amarela deve paralisar financiamentos; quem será prejudicado? (Imagem: Reprodução/Caixa)
Faixa 1 do Casa Verde e Amarela deve paralisar financiamentos; quem será prejudicado? (Imagem: Reprodução/Caixa)

Para quem desejava solicitar um financiamento pelo Casa Verde e Amarela, através da faixa 1, as notícias não são positivas. Bolsonaro acaba de cortar R$ 1,5 bilhão do orçamento deste grupo, o que significa que pessoas com renda de até R$ 1,8 mil não conseguirão mais participar do projeto.

A decisão do reajuste orçamentária foi tomada na última semana, diante da necessidade de fechar a LDO nacional para 2021. Ao anunciar a proposta, o presidente surpreendeu até mesmo a equipe do Ministério de Desenvolvimento Regional, que parecia não ter conhecimento do corte em sua pasta.

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Impactos do orçamento

Conforme explica a militante Evaniza Lopes, da União dos Movimentos por Moradia (UMM), a redução de verba inviabilizará a construção de mais de 200 mil unidades habitacionais que estavam em andamento.

Além disso, o projeto não terá recursos para a inclusão de novos brasileiros com salário de até R$ 1,8 mil, o que significa que os menos favorecidos serão os mais afetados.

“Quando se contrata uma obra, você contrata o valor inteiro dela. A liberação [das verbas] é que se dá em parcelas. O governo não pode descumprir um contrato e simplesmente dizer ‘olha, contratei você pra receber R$ 30 milhões, mas este ano você vai receber só R$ 5 milhões e no resto do ano vai ficar sem nada’. É uma situação caótica”, explicou.

Evaniza relembrou ainda que nesse momento de pandemia, onde muitos brasileiros estão perdendo seus empregos, a decisão federal deverá aumentar o número de pessoas nas ruas.

“Em paralelo a isso, tem gente sendo despejada, seja por falta de pagamento de aluguel por causa do desemprego ou seja porque, sendo despejadas e não podendo bancar aluguel, as pessoas vão ocupar áreas e sofrem reintegração de posse. Um caos, justamente na pandemia. E o slogan da pandemia, qual era? ‘Fique em casa’. E agora vem o governo e sinaliza que as pessoas não vão ter casa’”.

Para além das questões sociais, o Presidente da Associação Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), José Carlos Martins, afirmou ainda que o corte orçamentário resultará na perda de 250 mil empregos no setor.

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Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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