Fome e desigualdade marcam falta de reajuste no valor do Bolsa Família

Pontos-chave
  • Com a alta nos alimentos, os brasileiros que são beneficiários do Bolsa Família aguardam o reajuste no valor repassado para garantir o poder de compra;
  • Os alimentos sofreram aumento de 15,53% no último ano, sendo esse o resultado dos impactos gerados pela pandemia de Covid-19;
  • O último reajuste no valor pago as famílias aconteceu durante a gestão de Michel Temer e a fila de espera para ser atendido pelo Bolsa Família chega a quase 1 milhão de pessoas.

Com a alta nos alimentos, os brasileiros que são beneficiários do Bolsa Família aguardam o reajuste no valor repassado para garantir o poder de compra. Porém, o último reajuste aconteceu durante o governo do ex-presidente ad república, Michel Temer (MDB).

Fome e desigualdade marcam falta de reajuste no valor do Bolsa Família
Fome e desigualdade marcam falta de reajuste no valor do Bolsa Família (Imagem: Google)

Os alimentos sofreram aumento de 15,53% no último ano, sendo esse o resultado dos impactos gerados pela pandemia de Covid-19 e das medidas de restrições sociais adotadas em todo o mundo para tentar conter a disseminação da doença.

Diante disso, a população mais carente, desempregada ou autônoma, é a que mais sofre com a inflação. Pois essa impossibilita a compra dos itens básicos da cesta básica tão fundamental para a vida, principalmente para as crianças e jovens em fase de desenvolvimento.

Esse cenário piora, diante da pandemia, no qual o desemprego só vem aumentando e os trabalhadores autônomos se veem sem oferta de serviço. As novas medidas de restrições sociais, afeta principalmente quem depende do comércio para vender o seu trabalho.

Nesse contexto, o governo pretende liberar mais parcelas do auxilio emergencial a partir deste mês até o mês de junho. Porém, segundo os economistas, mesmo com uma nova rodada do auxílio, o problema das famílias em vulnerabilidade social e econômica não será resolvido.

Isso porque, com o fim do pagamento do auxílio emergencial, as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza voltarão a receber o Bolsa Família, cujo valor e abrangência estão defasados há muito tempo.

O último reajuste no valor pago as famílias aconteceu durante a gestão de Michel Temer e a fila de espera para ser atendido pelo Bolsa Família chega a quase 1 milhão de pessoas. Com isso, se faz necessário reformular o programa urgentemente.

Bolsa Família e a inflação

Atualmente, os brasileiros contemplados pelo Bolsa Família recebem, em média, R$ 190. Porém, segundo o analista em contas públicas, Fabio Klein, para acompanhar à inflação acumulada em 2020 seria necessário atualizar esse valor para R$ 200.

Sem o reajuste, afirma Klein, os beneficiários perdem o poder de compra e sofre com o aumento nos preços. Para se ter uma ideia, só no ano passado, os alimentos tiveram uma alta de mais de 15%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

O programa não tem a obrigatoriedade de ser corrigido pela inflação, mas como se trata de um programa assistencial que visa garantir o direito a alimentação, seria correto, segundo o analista, “a reposição inflacionária”.

No ano passado, o atual presidente ad república, Jair Bolsonaro (sem partido, afirmou que o Bolsa Família iria passar por reformulações, porém  não detalhou como seria.

Muitas ideias surgiram durante esse período, como aumento no valor, ampliação dos beneficiários, criação de abonos para o incentivo educacional e auxílio creche para incentivar as mães a retornar ao mercado de trabalho, por exemplo.

Porém, toda a ampliação precisa ficar dentro do Orçamento destinado ao programa de assistência social. Diante disso, a proposta orçamentária de 2021 separou R$ 34,8 bilhões para o Bolsa Família, com uma alta de 18% em relação ao ano passado.

No entanto, a proposta Orçamentária para 2021 ainda não foi aprovada pelo Congresso Nacional e, ainda pode sofrer alterações. Por esse motivo, a proposta do governo de ampliar o Bolsa Família pode não acontecer este ano.

Novo auxílio emergencial

Diante disso, os parlamentares estão fazendo pressão para que o governo libere mais uma rodada de pagamentos do auxílio emergencial. Isso porque, 54 milhões de brasileiros ficaram sem recurso e sem ajuda financeira para enfrentar a 2ª onda da doença e as novas medidas de restrições, desde o fim de 2020.

Fome e desigualdade marcam falta de reajuste no valor do Bolsa Família
Fome e desigualdade marcam falta de reajuste no valor do Bolsa Família (Imagem: Google)

O novo auxílio emergencial deve ser aprovado nos próximos dias e a expectativa é que contemple 40 milhões de brasileiros, inclusive os 14 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Com isso, abrangerá um pouco mais de 60% do público que foi atendido em 2020.

O que vem sendo discutido é que serão quatro parcelas que irão variar entre R$ 200 e R$ 300. A ideia do governo e dos parlamentares que defendem o novo pagamento, inclusive o Ministro da Economia, Paulo Guedes, é que os pagamentos iniciem este mês.

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Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.