Para minimizar os impactos dos aumentos no preço dos combustíveis, o governo federal planeja criar o ‘bolsa caminhoneiro’, também nomeado de ‘voucher caminhoneiro’. A ideia é que a categoria consiga enfrentar o período de crise desencadeado tanto pela pandemia do novo coronavírus, quanto nas alterações da Petrobras.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o cálculo do benefício seria tirado a partir de uma média entre os quilômetros rodados e o consumo de diesel, de tal forma que o aumento no preço do combustível gerasse uma restituição do valor equivalente à tributação federal.
A possibilidade de criação do voucher levanta discussões e contrapontos. Enquanto uma parte acredita que a iniciativa é mais barata que uma possível isenção para a população, outra vê uma contradição na criação de mais um benefício quando a prorrogação do auxílio emergencial sequer foi votada.
Para a equipe bolsonarista, existe ainda a possibilidade de criação de um fundo com excedentes de royalties para pagar tanto a Petrobras quanto importadores quando, por ventura, houver oscilação nos preços dos combustíveis. Para o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, essa seria a única saída.
“Na minha visão, a solução para isso é se a gente conseguisse criar um fundo soberano com base nos royalties do petróleo, e este recurso, quando houvesse essas flutuações, fosse usado para amortecer os aumentos. Não tem outra solução fora disso aí”, disse Mourão.
A medida também recebe aprovação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, principal interlocutor do Palácio do Planalto com os caminhoneiros.
Já o Ministério da Cidadania, vê a proposta com uma certa dificuldade quando o assunto é a criação de novos benefícios. O projeto ainda não tem data para ser formalmente apresentado, votado e, quem sabe, aprovado.
A especulação a respeito da criação do ‘voucher caminhoneiro’ ocorre em meio à troca de gestão da Petrobras, que teve interferência direta do presidente da República, que nega.
“O que eu interferi na Petrobras? O que eu falei para baixar o preço [dos combustíveis]? Nada, zero”, se esquivou Jair Bolsonaro.