- Saiba o que vai mudar no Bolsa Família em 2021;
- Outros benefícios e programas também passarão por reformas;
- Entenda o que pode estar por trás dos reajustes.
A promessa do governo federal de ampliar o número de beneficiários do programa social Bolsa Família pode ficar só no papel. A realidade é que, neste ano, recebem o benefício 100 mil pessoas a menos em relação ao grupo do ano passado. Isso porque, os repasses estão menores.
Embora isso aconteça, o novo auxílio emergencial do governo federal, que deve oferecer quatro parcelas de R$ 250, irá atender parte dos beneficiários do Bolsa Família, por decisão do Ministério da Cidadania.
De toda forma, a previsão é que, em fevereiro, 14,26 milhões de famílias recebam o benefício. No fim de 2020, eram 14,27 milhões.
Como irá funcionar o novo auxílio emergencial?
O novo auxílio emergencial será distribuído em quatro parcelas de R$ 250, provavelmente depositadas nos meses de março, abril, maio e junho.
Como ainda não foi oficialmente aprovado, o Ministério da Cidadania também não divulgou o cronograma de pagamentos até o momento.
Uma coisa é certa: com o auxílio aprovado, os pagamentos serão realizados através da plataforma Caixa Tem, um aplicativo disponível gratuitamente para os sistemas operacionais Android e iOs, criado pela Caixa Econômica Federal.
Atualmente, ele é usado também para pagamento das parcelas do Bolsa Família e do seguro DPVAT.
A lógica de pagamentos, porém, deve ser alterada. Em 2020, a prioridade era de quem havia solicitado o benefício nos primeiros meses e assim por diante. Neste ano, porém, não será necessária a solicitação.
O governo federal realizou o cruzamento de 11 bases de dados para definir quem serão os beneficiários aptos para receber o auxílio.
Pessoas empregadas ou que recebem salário da iniciativa pública, como pensão ou aposentadoria, ficam de fora. Por isso, sem a solicitação, a lógica de pagamentos também deve ser alterada.
Minha Casa Minha Vida também mudou
O programa habitacional Minha Casa Minha Vida também mudou. Criado no governo Lula, foi substituído pelo Casa Verde e Amarela, do governo Bolsonaro.
Além da mudança de nome, o programa ganhou uma nova divisão de renda, que deixa de ser por faixas e passa a ser por grupos. As taxas de juros também diminuem, com preferência às regiões Nordeste e Norte.
Casa Verde e Amarela |
Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste |
Regiões Norte e Nordeste |
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Faixa | Faixa de renda | Não cotista | Cotista | Não cotista | Cotista |
Grupo 1 | Até R$ 2.000 | 5,00% ao ano | 4,50% ao ano | 4,75% ao ano | 4,25% ao ano |
5,25% ao ano | 4,75% ao ano | 5,00% ao ano | 4,50% ao ano | ||
Grupo 2 | Entre R$ 2.000 a R$ 4.000 | 5,50% ao ano | 5,00% ao ano | 5,25% ao ano | 4,75% ao ano |
6,00% ao ano | 5,50% ao ano | 6,00% ao ano | 5,50% ao ano | ||
7,00% ao ano | 6,50% ao ano | 7,00% ao ano | 6,50% ao ano | ||
Grupo 3 | R$ 4.000 a R$ 7.000 | 8,16% ao ano | 7,66% ao ano | 8,16% ao ano | 7,66% ao ano |
Como eram no antigo Minha Casa Minha Vida:
Faixa |
Faixa de renda |
Não cotista |
Cotista |
---|---|---|---|
Faixa 1,5 | Até R$ 2.000 | 5,00% ao ano | 4,50% ao ano |
Faixa 2 | Até R$ 2.000 | 5,50% ao ano | 5,00% ao ano |
Entre R$ 2.000 a R$ 2.600 | 5,50% ao ano | 5,00% ao ano | |
Entre R$ 2.600 a R$ 3.000 | 6,00% ao ano | 5,50% ao ano | |
Entre R$ 3.000 a R$ 4.000 | 7,00% ao ano | 6,50% ao ano | |
Faixa 3 | R$ 4.000 a R$ 7.000 | 8,16% ao ano | 7,66% ao ano |
Bondade ou estratégia?
Muito tem se questionado sobre a concessão de benefícios por parte do governo Bolsonaro. O que por vezes soa como dever, para alguns soa como estratégia, visto que o presidente da República deixou clara sua intenção de tentar uma recandidatura ao mesmo cargo nas eleições do ano que vem.
Acredita-se, no entanto, que o auxílio emergencial, por exemplo, seria o carro chefe de Bolsonaro como propaganda do seu governo, aumentando sua popularidade com a prorrogação do benefício.
Vale lembrar que, apesar de tantas informações divulgadas pelo governo federal e suas vertentes, o único benefício que, até o momento, passou por alguma modificação positiva foi o Minha Casa Minha Vida para o Casa Verde e Amarela. O auxílio emergencial e o programa Bolsa Família, porém, permanecem intactos.