O Banco Central começou a implantar o Open Banking, o sistema que, na prática, vai permitir que os clientes de bancos possam compartilhar dados para conhecer as boas ofertas de outras instituições financeiras. A primeira fase começa a vigorar hoje, 1.
Esta primeira fase, consiste na autorização para que dados públicos, como condições de contrato e taxas de juros, por exemplo, possam ser compartilhados entre concorrentes.
Outras três fases serão implantadas ao longo de 2021. É esperado que a partir de agosto, as entidades participantes já possam ofertar propostas a clientes da concorrência, o que trará benefícios aos consumidores.
O Open Banking é a nova aposta da agenda de inovações do Banco Central após o sucesso do PIX. Otávio Damas, o diretor de Regulação da autoridade monetária, afirmou que o sistema de compartilhamento é seguro.
Esta primeira fase funcionará como uma espécie de “teste”. O Banco Central quer preparar o terreno para várias medidas com objetivo de acirrar a concorrência e reduzir os juros no setor bancário.
Segundo o planejamento inicial, o programa começaria a ser implementado em 30 de novembro de 2020. Porém, a pedido de algumas instituições financeiras que consideravam o prazo insuficiente, o BC adiou o início agora.
Entre outras coisas, quando estiver totalmente implantado, o Open Banking deve auxiliar o consumidor na tomada de empréstimo.
Temos um exemplo para você entender melhor: o cliente possui uma conta no banco X que oferece empréstimo com juros de 2% ao mês e 24 meses para pagar. Ele pode consultar se outra instituição possui condições melhores sem precisar ir até ela.
Pelo aplicativo desse outro banco, o cliente permitiria o compartilhamento de seus dados, como o histórico de crédito e de pagamentos, e assim receber uma oferta com condições melhores.
O BC quer estimular a concorrência. É esperado que com isso, o espaço para inovações seja aprimorado, com produtos mais diversificados e personalizados.
Produtos mais baratos
É importante dizer que os dados compartilhados dependem da decisão do cliente. As instituições só poderão visualizar as informações que o usuário autorizar.
Neste momento, os clientes não precisam tomar nenhuma ação, pois nesta primeira fase só os dados públicos serão compartilhados.
Porém já neste início, a sócia da Rennó Penteado Sampaio Advogados e especialista em direito bancário, acredita que os consumidores já podem se beneficiar do Open Banking.
“Se você, por exemplo, está na dúvida de onde contratar um crédito pessoal e quer saber quais são as maiores e menores taxas praticadas pelos cinco maiores bancos, ou pelas fintechs, será mais fácil comparar”, disse.