Bolsa Família descarta 4,8 milhões de mães solos que recebiam auxílio emergencial

O fim do auxílio emergencial está impactando a vida de muitos brasileiros. Principalmente das mães solo, que muitas vezes estão sem emprego, sem o benefício, e ainda estão sendo retiradas do programa de transferência de renda, o Bolsa Família.

Bolsa Família descarta 4,8 milhões de mães solos que recebiam auxílio emergencial
Bolsa Família descarta 4,8 milhões de mães solos que recebiam auxílio emergencial (Imagem: Divulgação)

O governo federal pagou o auxílio desde o ano passado quando se iniciou a pandemia causada pelo novo coronavírus.

Inicialmente, o valor pago era de R$600, para as mães solo esse valor dobrava chegando a R$1.200.

Na segunda prorrogação o valor caiu pela metade e as mães começaram a receber R$600.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento Social reunidos pelo economista, Pedro Fernando Nery, apontam que 6 milhões de mães estão incluídas no Bolsa Família.

Apesar disso, outras 4,8 milhões de mulheres na mesma condição de chefe de família só receberam o auxílio, e podem acabar não sendo inscritas no programa ainda neste ano.

Com o crescimento lento de empregos no mercado, isso pode prejudicar a renda daquelas que precisam cuidar dos seus filhos.

Já os dados da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE apontam que as famílias formadas por mães sozinhas com filhos de até 14 anos concentram a maior incidência de pobreza: 54,9% vivem com renda per capita mensal inferior a US$ 5,50.

E nos domicílios em que as mulheres negras são as chefes de família esse percentual sobe ainda mais, atingindo 64,4%.

“ A pobreza e a extrema pobreza para o grupo das mães solo devem crescer muito nos primeiros meses. Acredito que a gente deve terminar 2021 em um patamar ainda mais alto do que o anterior à pandemia”, avaliou.

O pesquisador do Ibre/FGV, Daniel Duque, aponta que o percentual de famílias brasileiras em pobreza extrema, ou seja, que a renda per capita é menor que R$155 por mês deve atingir 10% a 15% da população em fevereiro. Neste grupo, 25% deles vivem em domicílios chefiados por mães solo.

“É um início de ano extremamente desafiador, não apenas devido ao fim do auxílio emergencial, mas também devido à alta da inflação dos alimentos que impacta o poder de compra daqueles domicílios com filhos, principalmente os pequenos”, ressaltou.

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