Como trabalhadores serão afetados com queda no lucro do FGTS?

O lucro do FGTS deve cair pela metade, segundo a análise de economistas. Essa queda é resultado dos saques emergenciais e o fim da multa adicional. Com isso, afetará a remuneração das contas dos trabalhadores.

Como trabalhadores serão afetados com queda no lucro do FGTS?
Como trabalhadores serão afetados com queda no lucro do FGTS? (Imagem: Reprodução/Google)

A lucratividade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço terá um aqueda em seu valor devido às medidas adotadas pelo governo, para o enfrentamento da pandemia de Covid-19, como o saque emergencial e o fim da multa adicional cobrada sobre o empregador que demite o trabalhador sem justa causa.

No mês de novembro do ano passado o resultado do FGTS foi de R$ 6,894 bilhões, muito abaixo dos R$ 11,703 bilhões apurados no mesmo período de 2019. O dado ainda é preliminar, mas já apresenta que em dezembro será bem próximo.

Entre janeiro e julho do ano passado os saques do Fundo superam a arrecadação em R$ 10,948 bilhões. Para piorar a situação, a quantidade de saques aumentou ainda mais após a permissão do saque emergencial do FGTS de até um salário mínimo, ou seja, R$ 1.045.

Outro fator que contribuiu para a queda na lucratividade do Fundo foi o aumento do desemprego no país, como impacto da pandemia de Covid-19, durante todo o ano, a partir do mês de março.

O financiamento habitacional concedido pela Caixa Econômica Federal também provocou redução no recolhimento do FGTS, já que três milhões de contratos tiveram os pagamentos pausados durante o ano passado.

Só o fim da multa adicional do FGTS fez com o que o fundo tivesse uma queda de R$ 5 bilhões na arrecadação. Essa multa foi criada em 2011 para compensar as perdas que os trabalhadores tiveram no fundo com as mudanças de planos econômicos Verão (1988) e Collor (1990).

Essa queda no lucro do FGTS afetará na remuneração dos trabalhadores, já que o recolhimento é distribuído para as contas. Em 2020, a distribuição do recolhimento do fundo de 2019 foi de 4,9%.

Sendo assim, foi superior ao valor pago na caderneta de poupança (4,26%) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (4,31%) de 2019. Esse valor representou cerca de 80% do CDI de 2020 (5,94%).

Diante de tudo isso, os técnicos do Ministério da Economia ainda garantem que o fundo continua sendo uma boa opção de investimento, já que as instituições financeiras também estão dando um retorno muito baixo.

Glaucia AlvesGlaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.