Diretor do BC comemora alta de 4,5% na inflação; entenda o motivo

Nesta terça, 12, Bruno Serra, o diretor de Política Monetária dos Banco Central, declarou que a inflação acima da meta “nunca é desejável”, porém é “espetacularmente melhor” que o projetado pela instituição de 2,1%, e que foi divulgada em setembro de 2020.

Diretor do BC comemora alta de 4,5% na inflação; entenda o motivo
Diretor do BC comemora alta de 4,5% na inflação; entenda o motivo (Imagem: Divulgação)

Ontem também foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação de 2020.

A taxa ficou em 4,52%, patamar mais alto desde 2016, ficando acima do centro da meta de 4%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância, entre 2,5% e 5,5%, que foi determinado no ano passado pelo Conselho Monetário Nacional.

No mês de setembro de 2020, a previsão do Banco Central era de que o IPCA fecharia o ano em 2,1%, ficando dentro do intervalo de tolerância, porém longe do objetivo central.

Naquela ocasião, os economistas do mercado financeiro estimavam a inflação oficial abaixo de 2%, o que desobedeceria as metas prefixadas para o período.

“A gente não ia entregar (cumprir) a meta de inflação. Passados três meses, a gente está entregando inflação pouco acima do centro da meta, o que nunca é desejável. Mas, como a gente está sempre acima do centro, que seria 4% em 2020, 4,5% é espetacularmente melhor do que 2,1% que a gente esperava no final de setembro”, explicou o diretor durante um transmissão online de uma instituição financeira.

Juros em alta

O diretor também estimou que a taxa básica de juros, Selic, que atualmente está na mínima histórica de 2% ao ano, vai crescer nos próximos meses, mas não cravou uma data específica.

O Comitê de Política Monetária prefixa os juros a cada 45 dias. O mercado espera que a taxa comece a crescer a partir de agosto.

“A gente precisou de um grau de estímulo extraordinário, algo que é naturalmente temporário. [2% ao ano] não é a taxa de juros que a gente vai conviver em situações normais. É o nível que a gente precisou colocar a taxa de juros em um ambiente de choque bastante atípico [queda de atividade devido à pandemia do coronavírus] (…). É natural esperar que esse estímulo extraordinário vá sair de cena em algum momento”, disse Bruno.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.