Fim do auxílio emergencial reforça a importância de programas como o Bolsa Família. No próximo dia 27, o governo federal deverá encerrar os pagamentos por meio do coronavoucher, o que significa o fim de uma política assistencial para a população menos favorecida. No entanto, será preciso elaborar uma nova proposta para garantir a sobrevivência dos brasileiros.
Sem o auxílio emergencial sendo concedido mensalmente, o governo precisa de um programa de substituição de renda.
Após tentativas fracassadas de implementar seu próprio projeto social, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que reformulará o Bolsa Família, sendo, a partir de 2021, a única proposta para a redução da pobreza.
Novo Bolsa Família
Segundo o chefe de estado, o projeto implementado ainda no governo Lula, deverá passar por uma série de reformulações. A sua ideia, divulgada na imprensa, é que sejam criadas novas transferências de renda e o valor de base tenha um reajuste para R$ 200.
Bolsonaro afirmou ter o interesse de implementar programas de incentivo a atividades esportivas e científicas, além de amplificar o número de participantes na folha orçamentária do projeto.
Aplicação fantasma
Apesar de parecer positiva, todas as declarações do presidente ainda estão no vale de subjetividade. Até o momento o governo federal não anunciou como será o funcionamento do Bolsa Família, travando até mesmo o calendário anual tradicionalmente divulgado no mês de dezembro.
Por enquanto, a população contemplada pelo projeto afirma viver em um clima de incertezas. Enquanto parte significativa tenta parecer otimista com a manutenção da pauta, afirmam ainda carregar consigo o sentimento de medo, pois nada foi efetivamente concretizado.
Analistas sugerem novas propostas
Para reduzir o impacto do Bolsa Família que ficaria responsável por toda a manutenção social do país, analistas e pesquisadores alegam que uma alternativa viável seria a divisão por grupos. Para quem não tem fonte de renda, o Bolsa Família é o principal seguro.
Porém, não se pode ignorar que há parte da população que mesmo com renda mínima ainda encontra dificuldades para administrar as finanças tendo em vista o momento de crise financeira no país.
Marcos Mendes, pesquisador associado do Insper, é um dos autores do Programa de Responsabilidade Social, defende a divisão do projeto.
“Para o primeiro grupo, é necessário o Bolsa Família. Já para o segundo, a proposta não é uma renda mínima, mas um seguro: todo mês você deposita um valor para a pessoa e, quando ela precisar, ela saca”, diz.