Brasileiros não terão recursos para garantir cesta básica em 2021. De acordo com pesquisas feitas pelo Dieese, o novo salário mínimo não é o suficiente para a manutenção da feira de parte significativa da população. Com o reajuste para R$ 1.100 o novo piso nacional ainda está abaixo da média para sustentar as famílias.
A correção do salário mínimo está entre as primeiras ações do governo federal com a virada de ano. No entanto, este ano o reajuste parece ser insignificante tendo em vista os desdobramentos da inflação e efeitos da forte crise econômica do novo coronavírus.
Estudos do Dieese mostram que o atual pagamento será o menor para a aquisição da cesta básica desde 2005.
Como fazer os cálculos com o novo salário mínimo?
De acordo com o Dieese, o custo da cesta básica atual é de R$ 696,71. O valor representa mais da metade do novo salário de R$ 1.100 o que significa que uma família que vive apenas com essa base não poderá fazer a reposição total de seus insumos.
Ainda segundo o instituto, a quantia necessária para custear um lar com quatro pessoas deveria ser até 5 vezes maior que a atual ofertada. Enquanto o piso nacional não apresenta um reajuste significativo, o preço dos alimentos permanece inflacionado.
Com o atual salário há uma equivalência de 1,58 cesta básica, ou seja, a mesma proporção de 2020. Já em 2015 essa média era de 1,60 (a menor registrada até então). De 2006 até 2019 o índice variou entre 2,16.
Impacto na economia
Questionado sobre tal situação, o ministro da economia, Paulo Guedes, informou que o novo aumento tende a ser inferior devido ao atual período de crise. Para o gestor um acréscimo maior significativa condenar as pessoas ao desemprego.
No que diz respeito a inflação, não houve nenhum pronunciamento. As únicas falas do governo sobre o assunto apresentaram um tom de otimismo, alegando que nos próximos meses o valor da cesta básica tende a baixar.
De acordo com os levantamentos do Dieese, 50 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo.